Resenha: O pecador - Tess Gerritsen
O
pecador é o terceiro livro da série “Rizzoli & Isles”. Embora a
trama principal seja independente, vale a pena acompanhar as protagonistas nos
livros anteriores (respectivamente O
cirurgião e O dominador).
A
Dra. Maura Isles é conhecida como a
“Rainha dos mortos” entre seus colegas policiais e legistas. Mas até mesmo sua
compostura gelada é abalada com a cena do crime que surge diante dela: Duas
freiras assassinadas brutalmente em um convento. Junto a detetive Jane Rizzoli, Maura irá tentar
desvendar os detalhes desse homicídio, ao mesmo tempo em que tenta lidar com o
retorno inesperado de seu ex-marido.
A Dra. Isles já tinha
aparecido brevemente em O dominador,
mas, nesse livro, sua participação na história adquire ares de protagonista, com direito a capítulos
em terceira pessoa narrados sob seu ponto de vista. Já Rizzoli, embora
igualmente importante para a trama, está
longe da obsessão e intensidade do primeiro livro. A heroína também
enfrenta certos problemas particulares que acabam se sobressaindo frente à
investigação.
Uma
das coisas que mais gosto dessa série é o suspense
médico, a descrição de autópsias e procedimentos que irão revelar o que
aconteceu na cena do crime. Muitas vezes a identidade do assassino não é
conhecida pelo leitor, portanto não é aquele suspense de “Quem matou...” mas
sim a investigação e o processo de
descoberta do assassino que são interessantes.
Nos
livros anteriores acompanhamos alguns momentos em que o serial killer, em primeira pessoa, narra seu prazer e suas
reflexões sobre suas matanças. Mas O
pecador não é um livro sobre serial
killers, infelizmente. Dessa vez
o importante é descobrir os “porquês” do homicídio e para isso somos levados há
uma história que tem inicio a cerca de um ano atrás, já que uma das vítimas
está grávida.
Como não podia faltar em livros que tem
algum mote religioso, há aquela velha discussão sobre a fé. Ambas as
protagonistas não acreditam em Deus e, mais importante, não acreditam em si
mesmas. Maura reflete se deve dar uma nova chance ao seu marido Victor, mas não
acredita que eles possam dar certo juntos, pois são muito diferentes. Ela
também tem que lidar com a indesejada atração pelo pároco da igreja onde
ocorreram os homicídios, um homem que tem a fé como o objetivo de vida.
Já
Rizzoli, que já não vinha bem desde O
dominador, agora parece mais calma, porém com um drama maior em suas
costas. Não é mais um assassino que a
persegue mas as responsabilidades e escolhas que irá ter de fazer – e que
afetarão seu relacionamento com o agente do FBI Gabriel Dean.
Li
O pecador sem pressa, como costumo
fazer com os livros dessa autora. Tess
Gerritsen escreve muito bem, mas seus livros não são thrillers alucinados e sim histórias bem elaboradas e
interessantes para os momentos de lazer. Como disse acima, dá pra perceber que,
nesse livro, a investigação forense é
deixada um pouco de lado, o que me decepcionou um pouco, já que havia me
acostumado (e aprendido a apreciar) todo o jargão médico das histórias da
autora. A ausência de um serial killer
na história diminuiu bastante o nível de ação da história – comparado aos
livros anteriores ‘O pecador’ é um livro melhor elaborado, porém com um ritmo
mais lento.
Apenas
uma coisa me incomodou de verdade nesse livro e foram as ligações românticas
das protagonistas. Uma coisa que me
irrita em Tess Gerritsen é que ela cria mulheres fortes como Rizzoli e a Dra.
Isles, só para fazer com que elas derretam ao primeiro sinal de testosterona. Ambas
as protagonistas são bem sucedidas e inteligentes, mas parecem meter os pés
pelas mãos quando se trata de relacionamento, passando a agir como mocinhas
indefesas de um romance de banca. Me vi torcendo para que os casais não dessem certos, para que Rizzoli fizesse
a escolha mais pragmática, para que nada mudasse no universo das personagens
por que sabia – e sei - que se houvesse
um happy ending o próximo livro seria
um porre.
Dá
para dizer que o final foi feliz, porém (Graças
a Deus!) ainda tenho algumas esperanças
para a próxima história, embora não sei se irei compra-lo tão cedo.
Rizzoli, minha personagem favorita, aquela que me fez comprar os outros livros
depois de ‘O cirurgião’, já não é mais a mesma de antes. E Maura Isles, apesar
de interessante como a ‘Rainha dos mortos’, não é uma protagonista tão dinâmica
quando Jane Rizzoli.
Indico essa série se gostar de tramas bem
escritas e com um ar médico (quase ausente nesse ultimo livro mas espero
que volte nos próximos). O pecador
não é o meu livro favorito de “Rizzoli & Isles”, ainda prefiro O dominador, mas é uma história
importante para a evolução dos personagens principais então dou nota 7,5 – um bom livro
mas tirei meio ponto pela mudança pela mudança no mote ‘suspense médico’ e na
personagem Jane Rizzoli.
Página do livro no Skoob
Página do livro no Skoob
2 comentários
Write comentáriosEu tenho muita vontade de ler a série, por causa do mistério e da investigação. Você não consegue parar de ler até final. Faz o estilo CSI, né? E ainda tem o suspense médico, que dá o diferencial.

ReplyBjs
Ainda não li esta série, mas parece legal... principalmente por causa do suspense médico, parece bem diferente! Deve ser interessante se embrenhar nas tácnicas que são utilizadas pra descobrir o assassino...
ReplyBjus, adorei a resenha!
Paty Algayer - http://www.magicaliteraria.com/
Olá, seja bem-vindo!
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