Frances Ha! (Review)

sexta-feira, julho 13, 2018 0 Comments A+ a-


   Aos 27 anos, Frances persegue um sonho que alimenta desde criança: ser uma dançarina. Enquanto não é aceita como membro principal de uma companhia de balé, Frances dá aulas. Ela ainda divide um apartamento com sua melhor amiga, Sophie, a quem se refere como uma versão de si mesma mas com o cabelo diferente. 
   Frances Ha estava na minha watchlist desde Lady Bird mas só recentemente é que resolvi assistir de fato, em um daqueles dias vagando pela Netflix. Assim como Lady Bird, Frances Ha também tem aquele estilão meio coming of age - por mais que seja mais velha, o filme retrata o amadurecimento de Frances e, de certa forma, também a forma que ela encontrou de conciliar seus sonhos e aspirações juvenis com as responsabilidades de uma vida adulta.
  Não há cores no filme e isso é algo que me surpreendeu mas não incomodou tanto quanto eu pensei que incomodaria. É interessante porque dá um ar retrô para a história, como se ela não se passasse exatamente no presente mas sim numa recordação de alguém. 
   Frances Ha é todo bem humorado e cheio de frases de efeito - "sou alta demais pra casar", por exemplo, é uma frase que quero levar para a minha vida. Ao mesmo tempo em que tem suas cenas engraçadas, o filme também emociona. Assim que como acontece em Lady Bird, o motivo de emocionar não é bem o que está acontecendo mas uma identificação (ou empatia) que se sente pela personagem principal. Como me senti mais próxima das situações vividas por Frances do que por Christine, chorei mais nesse filme que em Lady Bird. 


   O filme foca muito no desenvolvimento dessa personagem, mas não deixa de apresentar alguns outros personagens interessantes. Talvez o mais importante deles seja Sophie, a melhor amiga de Frances. Uma das coisas que mais gostei no filme é o foco que ele dá a essas duas mulheres e na importância de sua amizade uma para a outra - tem uma cena muito específica que sugere que a visão que Frances tem do amor é muito próxima do que ela tem com Sophie, e eu achei isso lindo, mostrar o amor entre duas mulheres num contexto de amizade, sem nada romântico ou sexual. 
   Acompanhar essa "crise dos 20 e poucos" da personagem é o objetivo da história e, quando ela parece fazer as pazes entre o eu do passado e o do presente, o filme acaba. Talvez minha realidade seja bem distante da personagem mas, talvez pela idade ou por algumas situações, me senti realmente acolhida assistindo esse filme - quando terminei senti como se alguém tivesse me dado um abraço e dito "vai dar tudo certo". 
Uma das melhores cenas do filme, quando Frances sai dançando na rua ao som de Modern Love

   Em algum ponto racional e imparcial da minha mente eu consigo visualizar que esse filme não é para todos, que boa parte do seu sucesso se resume a identificação com os personagens. Consigo até mesmo ver as cenas que dialogam diretamente com Lady Bird e pensar se isso foi proposital ou se é apenas repetição (acho que foi proposital, para criar uma espécie de elo entro os filmes, uma assinatura, por assim dizer).    
     Mas sabe quando, apenas por um momento você desiste de ser racional sobre um filme? É assim que me sinto sobre Frances Ha: eu gostei demais desse filme e só isso o que me importa.   

   Nota 9 - ia dar 8,5 mas um filme que despertou em mim a vontade de ir para Paris e ficar ignorarando todos os pontos turístico enquanto leio "Em busca do tempo perdido" merece mais.

P.S.: Citei várias vezes Lady Bird durante a review mas esqueci de explicar porque: a diretora de Lady Bird - Greta Gerwig - é atriz principal e co-roteirista de Frances Ha! 




Nascida no interior de SP, formada em Publicidade e Propaganda, sempre gostou de dar palpites sobre filmes, séries, animes, livros e o que mais assistir/ler. Autora do Blog "Resenhas e Outras Cositas Más" (Miss Carbono) e "Coisas de Karol". No Twitter fala de política, séries e da vida (não necessariamente nessa ordem). Siga: @karolro


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