Não sou um Homem Fácil (Review)

sexta-feira, junho 29, 2018 0 Comments A+ a-


   Damien é um daqueles homens que não consegue conversar com uma mulher sem flertar com ela. Mulherengo e um pouco machista, o personagem vê sua vida se transformar completamente quando, após bater com a cabeça em um poste, acorda em um mundo invertido em que os homens são o 'sexo frágil'. Quando ele percebe que não vai sair dessa tão cedo, tem que se adaptar ao novo mundo e ao que se espera dele como homem nesta realidade.
   Já tinha ouvido vários comentários positivos e negativos sobre esse filme quando resolvi assisti-lo na Netflix. Não esperava gostar tanto dessa história quanto gostei, embora consiga enxergar o porquê desse filme dividir tanto as opniões. 
   Vamos deixar claro desde o inicio: ao mostrar esse "mundo dominado pelas mulheres" a diretora não cria nenhum paraíso feminista. Ao contrário, o objetivo é simplesmente inverter as atitudes de homens e mulheres para expor o absurdo de algumas situações e escancarar a importância de, tanto homens quanto mulheres, perceberem e lutarem para o fim dessas situações. 
   Enquanto tenta se adaptar a depilação, estilo e atitudes diferentes, Damien acaba se relacionando com Alexandra, uma mulher que é basicamente o que ele era antes de acordar naquele mundo. Alexandra acha divertidíssima a história de Damien, que existe um mundo em que os homens dominam, e resolve escrever um livro sobre isso, ao mesmo tempo em que tenta seduzi-lo. 
   Embora tenha reflexões muito importantes, a abordagem do filme é bem leve  e não muito profunda, afinal, trata-se de uma comédia (humor francês mas okay). Me diverti acompanhando essa jornada de Damien e as dificuldades em "ser homem", ao mesmo tempo em que torci para que o relacionamento dele com Alexandra desse certo, mesmo sabendo que ela era o "boy lixo" da história.

   O final é o 'tapa da cara' final para o público e para a própria Alexandra e, no caso desta, tanto literal quanto figurativamente. Quando observamos o nosso mundo com esse olhar de estranhamento que a personagem tem, vemos o quão absurdo é algumas coisas que a nossa sociedade impõe tanto às mulheres quanto aos homens.
  Mesmo entendendo a importância desse final, senti falta de algo mais esclarecedor e conclusivo. Apesar disso, gostei demais do filme, talvez e principalmente pelas atuações do que pelas situações descritas: Tanto o ator que faz Damien (Vincent Elbaz), quanto a atriz que faz Alexandra (Marie-Sophie Ferdane) estão excelentes nesse papel. 
   Não há muito mais o que dizer: fica a dica dessa comédia divertidinha da Netflix, que consegue entreter e fazer pensar ao mesmo tempo. 
   Nota 8,5 - muito bom, mas tirei meio ponto pelo desfecho. 
   

Nascida no interior de SP, formada em Publicidade e Propaganda, sempre gostou de dar palpites sobre filmes, séries, animes, livros e o que mais assistir/ler. Autora do Blog "Resenhas e Outras Cositas Más" (Miss Carbono) e "Coisas de Karol". No Twitter fala de política, séries e da vida (não necessariamente nessa ordem). Siga: @karolro


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