Não brinque com fogo - John Verdon (Resenha)

sexta-feira, fevereiro 09, 2018 0 Comments A+ a-

    

  
   David Gurney está furioso. Não só por ter sido baleado a cerca de seis meses, mas também por não ter sido capaz de identificar o  assassino naquele caso até ser tarde demais.
    Imerso na auto piedade, Gurney recebe uma ligação que o leva até a jovem repórter Kim Corazon. Ela está realizando um documentário sobre as famílias das vítimas de um serial killer chamado "O bom pastor" e, também, sofrendo uma série de acontecimentos bizarros que podem (ou não) estar relacionados à esse trabalho.
    É o terceiro livro que leio desse autor e também o terceiro em que o detetive é o policial aposentado David Gurney (leia a resenha de "Eu sei o que você está pensando" e "Feche bem os olhos" AQUI). Embora tenha achado o desfecho do primeiro livro um pouco decepcionante, gosto muito do segundo "Feche bem os olhos" e estava empolgada para o que iria encontrar nessa nova história.
    A primeira coisa que me chamou a atenção foi que os crimes investigados não foram cometidos na atualidade, mas há dez anos atrás. Isso me levou a criar certa expectativa no começo, esperava que algum outro assassinato fosse ocorrer mas, lá pela metade do livro, desencanei disso e passei a curtir a história.
    Outra diferença é o status de Gurney nesse caso. Enquanto nas outras histórias ele trabalhou em conjunto com a polícia, como investigador convidado, agora Gurney trabalha sozinho, com relatórios enviados em segredo e, quase sempre, entrando em conflito com pessoas com que costumava trabalhar bem. O detetive frio e racional parece ter ido embora, nesse livro Gurney está o tempo todo com raiva de alguma coisa que não pode explicar.
    "Não brinque com fogo" tem uma trama de investigação muito consistente e gostosa de ler. O autor, John Verdon, consegue fazer com que trabalhemos com milhões de hipóteses ao mesmo tempo - os casos em que Gurney se envolve sempre são muito complexos e cheio de vários elementos que podem (ou não) serem relevantes.
    Dito isso, embora o final tenha sido algo que me ocorreu, achei um tanto fraco quando comparado a todo o resto. Primeiro porque, tecnicamente, Gurney não descobriu quem era o assassino através de dedução (acho que é a segunda vez em que isso ocorre). O final do livro é só um monte de coisas dando certo para ele, vez após vez.
    A segunda coisa que me incomodou é algo que vou me abster de comentar com detalhes por ser um Spoiler. Digo apenas que John Verdon tem uma opinião pouco lisonjeira das mulheres e isso reflete no tipo de personagem feminina que ele cria.
    Mesmo assim, é um autor que sabe escrever uma história interessante, mesmo que nem sempre a finalize de uma forma que eu gostaria.
    Dou nota 8 - um bom livro

SAIBA MAIS

Nascida no interior de SP, formada em Publicidade e Propaganda, sempre gostou de dar palpites sobre filmes, séries, animes, livros e o que mais assistir/ler. Autora do Blog "Resenhas e Outras Cositas Más" (Miss Carbono) e "Coisas de Karol". No Twitter fala de política, séries e da vida (não necessariamente nessa ordem). Siga: @karolro


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