LENDO Alice Munro, Kazuo Ishiguro e Robert Louis Stevenson (Direto ao ponto #022)
Fugitiva
Autor: Alice Munro
Ano: 2014 / Formato: E-BOOK
Editora: Biblioteca Azul
Opinião: Um livro com menos de dez contos, todos eles sobre mulheres e seus relacionamentos (familiares, amorosos pessoais). Alice Munro escreve de forma excelente e há algo em seus contos a a forma com que ela os constroe que te deixa sempre curioso e incerto a respeito do desfecho.
Por outro lado, achei algumas reviravoltas de seus contos um pouco inacreditáveis. Alguns momentos parecem ter saÃdo de novela mexicana, embora sejam narrados com muito mais naturalidade do que nestas.
A própria autora brinca com isso em algum momentos, o que é outro positivo mas, tirando o primeiro conto, não consegui me empolgar.
Cena: Fugitiva, conto que dá tÃtulo ao livro, é sensacional e me deixou com uma expectativa enorme pelos outros contos. Infelizmente essa expectativa não se justificou.
Nota: 7,5 - se fosse só por "Fugitiva" a nota seria maior mas no contexto geral este é um livro apenas okay. O meio ponto vai para a escrita muito boa e por esse conto que gostei.
Não me abandone jamais
Autor: Kazuo Ishiguro
Ano: 2016 / Formato: E-BOOK
Editora: Companhia das Letras
Opinião:
Eu vinha de uma fase de dois ou três livros que eu tinha devorado, mas começar "Não me abandone jamais" foi como se um muro tivesse dado de cara em um muro, em meio a uma corrida frenética. Esse é um livro que você não pode ler com pressa, é preciso certa delicadeza e paciência na leitura.
Kazuo Ishiguro não tem pressa e pede, ao longo de seu livro, que nós também não tenhamos.
A história da vida de uma jovem e de seus colegas de internato propõe uma reflexão sobre uma realidade que não vivemos mas que, devido a nossos avanços tecnológicos, seria bem possÃvel.
Acho que o mérito do livro é te envolver nessa história narrada de forma tão blasé e te fazer se importar e ter esperanças pelos personagens mesmo sabendo, no fundo, que suas esperanças são tolas.
Entre Murakami e Ishiguro percebo que tenho certo problema com autores japoneses. Não consigo amar seus livros ou tão pouco odiar; os dois livros de japoneses que li foram apenas okay, não sinto vontade de ler qualquer coisa desses autores de novo.
Cena: A cena do final e aquela que dá tÃtulo ao livro são as mais emocionais de toda a história. Talvez seja por isso que elas se destaques na minha mente.
Nota: 7 - razoável. Aceito indicações de autores japoneses, porque os que ando lendo me desanimaram com essa literatura.
O médico e o Monstro
Autor: Robert Louis Stevenson
Ano: 2011 / Formato: LIVRO
Editora: Saraiva de bolso
Opinião: O que aconteceria se pudéssemos separar o nosso lado mau de nosso lado bom? Embora seja essa a premissa do livro, o texto de Robert Louis Stevenson tem um caráter de mistério: só descobrimos quem realmente é o Mr. Hyde nas últimas páginas.
Gosto da escrita desse autor desde que li "A ilha do tesouro" e essa história só me fez querer ler mais coisas dele. Mesmo sabendo o desfecho somos envolvidos por esse mistério e a curiosidade de saber quais os próximos passos dessa história é algo que faz com que as 90 páginas desse livro pareçam vem mais curtas.
Cena: Minha parte favorita são os dois capÃtulos finais, que contém cartas de dois personagens. A reflexão sobre a dualidade da alma, a natureza humana e sua capacidade para se corromper ou se salvar... É mais filosófico do que a cultura pop tem nos mostrado quando fala de médicos e monstros. Mas não entendam isso como se a história fosse maçante, só é mais profunda do que parece a primeira vista.
Nota: 9 - muito bom. Certamente é um livro que irei reler algum dia. Recomendo a todos.
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