|FILME| O grande Hotel Budapeste (Resenha / Review) #Oscar2015

domingo, fevereiro 22, 2015 0 Comments A+ a-


     Um jovem escritor, sofrendo de um mal não explicado, viaja para um outrora glamouroso hotel com o objetivo de se recuperar. Ele vive durante algum tempo no Hotel Budapeste e, um pelo dia, enquanto conversa com um funcionário, percebe um homem de aparência triste sentado ali, olhando para o nada. Após ser perguntado o funcionário explica que se trata do sr. Moustafa, que já havia sido o homem mais rico do país mas que agora possuía apenas o hotel. Uma vez por ano ele ia até lá e ficava hospedado no menor quarto.
     O escritor fica intrigado sobre a história desse senhor e, por coincidência, no dia seguinte consegue conversar com ele, que parece disposto a contar sua história, como conseguiu adquirir tal hotel. 
     A história contata pelo o senhor Moustafa ao escritor é também a história do Hotel Budapeste. Somos levados a cerca de 30 anos atrás quando o sr. Moustafa era apenas um carregador no Hotel que agora é dono. Como jovem imigrante com visto trabalho, Zero não tinha experiência, família ou estudo (daí o nome Zero) mas, mesmo asism, é contratado pelo M. Gustave, gerente do hotel, que lhe ensina tudo sobre a função.
       M. Gustave parece estar nos seus 40 anos mas se relaciona com as senhoras (60, 70, 80 anos) que se hospedam no hotel.  Uma delas, Madame D., parece muito ansiosa antes de dar o check out mas Gustave a tranquiliza e a manda para casa. Alguns dias depois vem a surpresa: Madame M. foi encontrada morta em sua casa. Gustave então pede que Zero o acompanhe até a mansão da falecida para "dar seu último adeus" - na verdade o interesse parece ser a leitura do testamento. A partir daí a dupla se envolve em várias situações e mal entendidos que envolvem um quadro, uma fuga e até mesmo uma herança. 

   Provavelmente esse será o ultimo filme que assisto antes do Oscar (vou tentar ver Sniper Americano mas o áudio e imagens não estão tão bons) e parece que deixei os dois melhores para o final. Depois de me arrepiar com Whiplash me vi encantada com O Grande Hotel Budapeste. Contada de maneira charmosa, e ironicamente divertida, uma trama aparentemente simples como a apresentada acima, se mostra um filme acima da média. Junte isso a fotografia, figurino, trilha sonora e (principalmente) elenco impecável e temos um filme inesquecível.  
       Ralph Fiennes faz um M. Gustave cheio de contrastes, um pilantra de bom coração, um homem acima de tudo muito bem educado e culto, que gosta de poesia mas que se relaciona com senhoras endinheiradas. Ele não estar entre os indicados ao Oscar com esse personagem, um mau caráter divertido do qual a gente se acaba afeiçoando, é uma vergonha. Prova que essa premiação é muito política as vezes. No elenco ainda chama a atenção Tony Revolori como Zero, Tilda Swinton como madame D., Bill Murray como M. Ivan, Adrian Brody como Dmitry, Jude Law como o jovem escritor e, principalmente Edward Norton como o atrapalhado inspetor Henckels. Ver um elenco desses, com uma atuação bem diferente dos seus papéis de hábito e não ver nenhum desses nomes na lista de indicados é decepcionante. Pelo menos Edward Norton foi lembrado por Birdman.

        Eu ri e me diverti com o filme, que tem um charme das histórias antigas (me lembrou um pouco Hugo Cabret nesse sentido). Embora seja inspirada na obra de um escritor real, a história toda de Grande Hotel Budapeste se passa em um universo fictício mas ao mesmo tempo bem real - a guerra que se aproxima, lembra muito a segunda guerra mundial, principalmente pelas insignias do exercito invasor.  
      O final é doce e feliz mas com um toque melancólico como sabemos na narração do sr. Moustafa. No entanto, as lágrimas que derramei (as primeiras numa lista de filmes que só tem dramas como a do Oscar) foram tristes mas não desesperadoras, pois, mais do que o final não muito alegre, foi muito bom ver uma história tão singela, de forma tão única na tela. 
       Nota 9 - muito bom.  



O Grande Hotel Budapeste concorre ao Oscar nas categorias: melhor filme, melhor fotografia, melhor direção, melhor edição, melhor trilha sonora, melhor produção de arte, melhor figurino, melhor maquiagem e melhor roteiro original.

"My work always tried to unite the true with the beautiful; but when I had to choose one or the other, I usually chose the beautiful." -- Hermann Weyl Miss Carbono que é o numero 6 na tabela periodica


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