Filme: O Hobbit – a desolação de Smaug (Resenha / Review)

domingo, janeiro 05, 2014 2 Comments A+ a-


            Nesse segundo filme da Trilogia  inspirada no livro O hobbit os anões, acompanhados de Bilbo Bolseiro e Gandalf, seguem seu caminho para a Montanha Solitária, onde buscam retomar a pedra de Arken que está na montanha sob controle do Dragão Smaug.
            No meio desse caminho, como já havia sido no primeiro filme, a comitiva enfrenta altas aventuras. Destaque para o momento em que os anões escapam da floresta através do rio, o que rende uma das melhores cenas do filme, tanto no quesito ação quanto no humor. Antes por isso, porém, temos mais uma participação dos elfos no filme, algo sempre positivo (quem não gosta de elfos?) mas com dezenas de momentos que eu – sinceramente – gostaria de esquecer.
            Pra começar, o que diabos foi aquela nova personagem? A impressão que eu tenho é a de que Peter Jackson sentiu a necessidade de colocar essa elfa na história só para suprir o vácuo do livro, que é a ausência de qualquer relacionamento amoroso no livro. Um casal deprimente, diga-se de passagem, ainda mais se considerarmos que o personagem que sobra nesse triângulo amoroso é o elfo mais t.d.b. da Terra Média – sim, estamos falando de Legolas, novamente vivido por Orlando Bloom.


            Suspiros a parte, depois da cena da fuga do rio (aquela que eu citei acima ser a melhor do filme) a história entra ladeira abaixo. A fotografia, as cenas de ação, os efeitos, tudo continua ótimo. Mas toda essa trilogia de filmes inspirados em O Hobbit sofre de um problema crônico: a falta de enredo e de profundidade nos personagens para que seja justificada uma nova trilogia. Peter Jackson tenta colocar em O Hobbit situações e personagens que simplesmente não existem no livro porém, como o diretor não é nenhum Tolkien, o resultado é lamentável. E também provoca algumas brechas difíceis de explicar, como o fato do maior vilão da Trilogia do Anel aparecer nesse filme, algo cronologicamente impossível, uma vez que – no filme A sociedade do anelninguém sabia que Sauron havia voltado.
            Outro momento passável é o plot da aldeia dos humanos, próximo a montanha dos anões. Por que humanos e anões vivem tão perto? E por que há a impressão de que os anões são os salvadores dos humanos? De onde surgiu isso eu não sei, mas dos livros é que não foi.
            Agora que falamos no livro, podemos voltar a trama princiapal – a entrada na montanha solitária onde Smaug está escondido. Pois bem, a necessidade de prolongar essa trama o máximo possível, para justificar um terceiro filme, fez com que até mesmo essa cena ficasse absurdamente longa e supérflua. No começo é engraçado, o ator que faz Bilbo Bolseiro é ótimo em humor e dei altas risadas em suas primeiros momentos dentro da montanha.


            Mas então Smaug começa a falar. E falar. E falar. E não para de falar nunca. O dragão parece ter sentido falta de diálogos enquanto repousava sobre o tesouro, por que olha, é uma série de falas. O pior é que é tudo muito redundante, com Smaug dizendo o quando ele é poderoso e o quanto ele pode destruir aquele simples hobbit  muito facilmente.
            Então por que não destruir Bilbo de uma vez? Ah sim, por que temos outros filme para vender. E lá se vai um final aberto que não tem qualquer relação com o livro em si e mostra que Peter Jackson ainda tem muita abrobrinha pra ralar. Provavelmente um terceiro longa de tamanho gigatesco e desnecessário vem por ai.
            Não que eu possa culpá-lo. Afinal, a parte todos esses pontos negativos, o filme é um campeão de bilheteria, no mundo todo. Quer dizer, pra que ganhar dinheiro em um único filme se podemos faturar o triplo em 3 filmes? Eu entendo e, se fosse uma produtora faria o mesmo.
            Quem sofre com isso são os fãs mais apegados a obra de Tolkien, que tem que aturar seus personagens sendo esticados e desgastados afim de cumprir papeis diferentes do livro original.

Quem é essa? 
     No mais, é um filme razoável – se você está disposto a aturar todo o blá, blá, blá inútil. No meu caso, estou criando uma tradição própria nessa trilogia: A capacidade de cair no sono depois de 2 horas de filme.
            Mas quem pode me culpar? Nota 6,5 – razoável, mas tiro meio ponto pela enrolação.  
        

"My work always tried to unite the true with the beautiful; but when I had to choose one or the other, I usually chose the beautiful." -- Hermann Weyl Miss Carbono que é o numero 6 na tabela periodica

2 comentários

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9 de janeiro de 2014 às 18:56 delete

Ainda não vi o segundo filme, mas quero muito poder ver!

xx Carol
http://hangoverat16.blogspot.com.br/

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10 de janeiro de 2014 às 23:47 delete

Parece ser um filme bem interessante e cheio de aventuras
Vou procurar para assistir

Beijos
@pocketlibro
http://pocketlibro.blogspot.com

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