Filme: Amor por contrato - Resenha

sexta-feira, abril 01, 2011 17 Comments A+ a-


                      Um vizinho bate a porta. Quase imediatamente ela se abre e mostra o quadro perfeito: Pai, mãe, filho e filha abraçados e dizendo um grande Olá.


            Essa parece ser uma família perfeita: São ricos e tem tudo o que o dinheiro pode comprar. Mas então, enquanto o pai está dormindo, a filha nua entra na cama dele e tenta seduzi-lo.
            Opa, tem algo errado ai.

            O filme se chama “Amor por contrato” e, ao contrário do que essa cena que eu acabei de narrar sugere, não tem nada de incestuoso. Na verdade essas pessoas não são pais e filhos e sim atores contratados. Sua objetivo é agir como formador de opinião e fazer com que as pessoas comprem os produtos que eles usam sem perceber que estão sendo manipuladas.

            Putz, agora complicou. Funciona assim: Kate Jones (Demi Moore) é a chefe, ela é quem administra a célula, que é como é chamada a falsa família. Steve é o mais novo marido falso e trabalha a pouco tempo na empresa então, para ele, é tudo novidade.  Os outros dois ‘filhos’ já trabalham com Kate há algum tempo. Eles vão a escola, usam roupas de marca e tem de fazer os adolescentes quererem essas coisas também. Steve vai jogar golfe e faz uma merchandising do taco de golfe que usa. Tudo para vender.

Cena do filme - clique para ampliar

            Na verdade o filme faz uma crítica velada à sociedade atual e consumista. A maneira com a qual a nossa busca por status acaba nos destruindo. Tem um personagem do filme, amigo de Steve, que ilustra bem essa imagem.  Mas não vou entrar em detalhes.
            Achei o filme muito interessante e me perguntei por que ninguém ainda teve essa idéia de contratar pessoas carismáticas para demonstrar um produto, fingindo que estão elogiando espontaneamente. Será que o CONAR veta?

                        Como futura publicitária (Se Deus quiser), realmente achei o enredo do filme muito bem sacado e original. Só acho que ele começou a se perder um pouco no fim. Essa liçãozinha de moral que o filme dá quase me fez sentir vergonha por querer trabalhar com publicidade. Quase. Por que isso só durou um segundo e no momento seguinte comecei a achar o desfecho ingênuo.
Capa do filme.
            É ingênuo achar que a culpada de tudo é a propaganda. Nunca vi nenhum publicitário colocando a arma na cabeça e mandando a pessoa comprar um produto. Tudo o que eles fazem é persuadir, seduzir pessoas com imagens perfeitas. Fazendo uma analogia com Matrix: A publicidade é a pílula azul; engole quem quiser continuar na ilusão.


            Mas “Amor por contrato” não consegue chegar até essa profundidade, para no meio do caminho. O filme inteiro é muito raso, os personagens não despertam muita simpatia e a relação amorosa que surge entre Kate e Steve é tudo menos convincente. Faltou química, o casal não se acertou.
            Me senti como se estivesse olhando tudo de longe, sem identificação nem simpatia por nenhum deles. Se no final toda a família Jones (sobrenome da família fictícia) tivesse morrido num acidente de carro eu não teria dado a mínima.

            Como sou otimista com relação a filmes, dou nota 7,0 pois é um filme razoável. Poderia ser melhor mas é bem interessante.


E vocês, o que pensam sobre propagandas? Publicidade é um mal ou um bem? O debate está lançado.



"My work always tried to unite the true with the beautiful; but when I had to choose one or the other, I usually chose the beautiful." -- Hermann Weyl Miss Carbono que é o numero 6 na tabela periodica

17 comentários

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Unknown
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1 de abril de 2011 às 21:02 delete

Ahhh!

Fiquei com vontade de assistir!

Vou ver se baixo na net!
Coisa feia!
haushaus

Bjinhos
Clícia Godoy
Psiu!
www.SilencioQueEuToLendo.com.br

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1 de abril de 2011 às 23:59 delete

Apesar de voce não ter gostado do filme
Fiquei curiosa sobre a historia
E acho q publicidade faz bem, mas na medida certa
Por exemplo, aquelas de cerveja são horriveis e escondem o que a de mais podre
Beijos

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2 de abril de 2011 às 00:34 delete

Sobre o comentario que fez no meu blog
Qual é o nome do 1° livro ?

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Raphaela
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2 de abril de 2011 às 10:11 delete

Oiee!!

To seguindo aqui tbm!

Bjos e obrigada pela visita! :)

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Anônimo
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2 de abril de 2011 às 11:58 delete

Demais sua resenha! Gostei mesmo. =)
Eu acho que publicidade é bom qdo não há exageros e nem manipulação. É através da publicidade e propaganda que muita gente fica sabendo de produtos de seu interesse.
Só não sou de acordo qdo a propaganda é enganosa!
Bjs ;)

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Raphaela
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2 de abril de 2011 às 21:13 delete

Oiee Miss!!!

Obrigado pelo comente super rápido lá no blog! :)

Então, sim, já li todos os livros até Loved Mine, que é o ultimo que eu encontrei com tradução na net. Mas depois desse, ainda tem outro, que é pelo POV da Payne (nao vou falar muito pra nao rolar spoiller) mas as resenhas no blog só vão até Loved Mine! :)

Bjos! :* e se divirta lendo IAN! Vc vai se A - PAI - XO - NAR! Mais ainda, se é que possível!

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2 de abril de 2011 às 23:21 delete

Olá!
Eu ainda não assisti ao filme.

Não sou contra propagandas. São através delas q conhecemos os produtos. Aliais, nós fazemos propagandas todos os dias, não é mesmo. Como fazemos para divulgar o blog e até a nós mesmos?

Acho super válido!


Adorei!
BjoO
Pri
ENtre FAtos e Livros

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Raissa Debora
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3 de abril de 2011 às 14:07 delete

nao sei se eh bom ou nao, mas que eh bem diferente eh
nunca vi esse filme e nem nehum outro nesse estilo.
vou procurar ele p baixar e ver se assisto ^^
bjuu

letracomasa.blogspot.com

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Daniele Paula
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3 de abril de 2011 às 15:31 delete

Gostei da dica, se bem que ultimamente ando sem saco pra assistir filmes, mas vou ver se encontro este.

Quanto a publicidade, eu acredito que é como uma arma dos que tem a midia nas mãos... e tanto por ser bom como muito ruim tambem, depende de como é usada.

Beijos

chabiscoitoseumlivro.blogspot.com

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3 de abril de 2011 às 18:14 delete

Nossa senhora eu nunca que quero ter vizinhos desses kkkkkkkkk
tem um site que vejo filmes online que esse filme está lá logo na página inicial, acho que vou assití-lo mais tarde.
Faz muito tempo que não vejo nada com a Demi Moore,

Aquele livro parece ser muito bom, adorei a capa dele.
bjs

Nana
Obsession Valley.

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3 de abril de 2011 às 23:45 delete

Já tinha visto o trailer e me interessado.
Sua resenha me deixou ainda mais interessada.
Vou ver assim que der, ultimamente tenho tido pouco tempo.
Bjos

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Lu
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4 de abril de 2011 às 10:41 delete

ei Miss. ^^

Não conhecia o filme, mas gosto de romances e esse parece ser legal.

vou procurar para assistir, espero ainda ver essa semana. ^^
beijos.

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Anônimo
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1 de dezembro de 2011 às 13:48 delete

eu gosti achei muito útil.. vlw...

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Anônimo
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18 de julho de 2012 às 21:43 delete

Eu assisti e adorei! Vale a pena ver sim!
Vc o descreveu muito bem. Parabéns!

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Anônimo
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2 de setembro de 2013 às 14:05 delete

Gostei mto desse filme ele mostra como podemos fazer com o marketing a sociedade acha q tudo q rico tem é moda e compra igual kkkk

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Anônimo
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15 de outubro de 2013 às 21:35 delete

Alguém por gentileza pode me dizer que tipo de venda é esse e se existem empresas que trabalham nesse segmento????
Diego plácido

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6 de janeiro de 2014 às 23:41 delete

Anonimo meu filho! HAHAHA

Respondendo sua pergunta: Nós podemos ver essa situação de duas formas. Na primeira, considerando essa publicidade que eles fazem como um patrocínio, que o mesmo tipo de publicidade praticada (principalmente) por atletas. É o caso do Ronaldo Fenomeno, que tem patrocinio vitalício da marca Nike, utilizando-a em todos os momentos (até mesmo fora de campo). Mas, no caso do filme, são pessoas 'comuns' que são 'patrocinadas'. Não sei se alguma empresa pratica isso da maneira como é mostrada no filme mas, como eu disse na resenha, imagino que hajam alguns impedimentos legais para que isso seja realizado. No entanto, li na SuperInteressante há um tempo atrás que um cientista utilizou essa mesma estratégia do filme, obtendo ótimos resultados de vendas dos produtos "patrocinados" - portanto não seria estranho se alguma empresa já estivesse fazendo isso em algum lugar.
Deixando a interpretação canônica um pouco de lado, acho que também poderíamos considerar esse tipo de publicidade como um Product Placement (no Brasil conhecido como Merchandising) por que os produtos são inseridos naturalmente no cotidiano dessa familia. Ao contrário do Product Placement que vemos em filmes e na televisão, esse está inserido na vida dos atores contratados - o que não deixa de ser uma ficção também.

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Bom, desculpe a demora para responder, fiquei um tempo afastada do blog, justamente porque estava terminando meu curso de Publicidade e Propaganda. Resolvi responder seu comentário, mesmo depois de tanto tempo, por que sei que é grande a quantidade de estudantes que acabam caindo nessa resenha ao procurar no Google o filme 'Amor por contrato', principalmente por indicação de professores ou para fazer trabalhos escolares.

Até mais!

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Olá, seja bem-vindo!

Pode falar o que quiser do filme, livro ou texto - só peço que tome cuidado para não ofender os outros leitores do blog. Nada contra palavrões mas também não vamos exagerar, ok?

Obrigada!