Resenha do livro Quase um Estranho – Nora Roberts.

segunda-feira, janeiro 17, 2011 0 Comments A+ a-


            Nora Roberts é uma diva dos Romances. Quase todas as leitoras de romances de banca concordam que os livros delas são muito bons. Não é à toa que é sempre destaque na lista lista de best-sellers do The New York Times e já teve suas obras traduzidas em 25 idiomas.
Capa do livro no Brasil
            Mas, ao contrário do que muita gente pensa, uma escritora de sucesso não fica ótima da noite e pra o dia. Na verdade, escrever  é um trabalho como qualquer outro, que requer prática e aperfeiçoamento. Quanto mais se escreve, melhor se escreve.

            O livro Quase um Estranho é um ótimo exemplo disso. Apesar de ser lançado pela Harlequin Brasil em 2008, o livro foi escrito em 1984, mais de 20 anos de “atraso” na publicação, portanto. E é mais que isso. É também um dos primeiros livros lançados por Nora Roberts, ela estava começando nessa época, e o desenvolvimento do livro causa uma certa estranheza no começo: Falta uma certa fluência nas palavras, o estilo de escrita envolvente que fez da autora um sucesso mundial.
            O livro começa quando David Katcherton (Katch) aparece na pequena cidade onde vivem Megan e o avô e afirma interesse em comprar o parque de diversões de Pop (o avô). Inicialmente, Megan demonstra antagonismo mas logo vai se apaixonando por aquele homem, ao mesmo tempo em que descobre também a si mesma.

            O enredo lembra muito aqueles romances “florzinha”, os primeiros romances, em que a virgindade e super-valorizada pelos mocinhos, enquanto as mocinhas sofrem com sua ingenuidade, pois não percebem NUNCA que o homem em questão também as ama.
            Além do mais, fica claro que Nora ainda não encontrou seu estilo de escrita, principalmente pelas frases curtas e pela maneira como  intercala terceira e primeira pessoa. É como se de repente Megan (a heroína), começasse a conversar conosco, os leitores. Ou com ela mesma como se fosse um diário. O resultado é apenas uma sombra da futura elegância com que Nora trabalha.

            Isso torna frustrante, ver personagens tão fascinantes, ou melhor, com tanto potencial, “desperdiçados” dessa maneira. Katch é o típico herói de Nora, complexo e fascinante. Megan também começa bem, voluntariosa e arrogante, apesar de depois perder um pouco o estilo (é engraçado como algumas heroínas mudam completamente a personalidade depois de se apaixonarem). E o que não dizer de Pop, o avô da heroína, com sua barba branca e meio metido a cupido? Lembra o patriarca dos MacGregor, só que sem carisma, sem humor, sem...  sem Nora Roberts.
            Por mais que seja interessante perceber o quanto sua escritora favorita evoluiu ao longo dos anos, não deixa de ser um pouco decepcionante. Eu esperava mais desse livro. Talvez, se fosse outra autora ou Nora fosse pouco conhecida, como no ano do lançamento desse livro, no longínquo ano de 84, eu até achasse melhor e minha nota pra esse livro pudesse chegar a um 8.


            Mas com todos esses fatores, dificilmente Quase um Estranho será considerado mais do que “satisfatório”. Nota 5 pra ele.




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