Mais um texto sobre Coringa (2019)?

sexta-feira, dezembro 13, 2019 0 Comments A+ a-


   A Internet não precisava de mais um texto sobre o filme do Coringa. Mas esse blog precisa de atualização então vamos lá.
   Era uma vez uma jovem inocente entrando no cinema, ligeiramente preocupada com a abordagem que dariam a um personagem que é obviamente um vilão. O hype em torno do filme estava muito dividido entre aqueles que consideravam um filme tóxico e outros que viam como uma obra prima do cinema de heroi. 
   O início foi um pouco estranho, um corte brusco após o palhaço ser brutalmente espancado deixa um pouco de confusão no ar. Será que isso foi antes ou depois? O diálogo com a psicóloga, porém, esclarece que foi uma situação anterior ao momento atual. Também nos deixa claro que aquele homem já havia sido internado no hospício por algum tipo de comportamento irregular no passado. 
    Após esse começo meio desconfiado achei que Coringa se saiu muito bem como um filme de origem e, mais, ultrapassou o subgênero "filme de herói" para se tornar algo interessante até mesmo para quem não é muito fã desse tipo de narrativa. A atuação de Joaquin Phoenix é o principal dessa história - Phoenix é Coringa, não só o personagem mas o filme também. Sem ele a história não teria o mesmo impacto. 
   Dito isso, me chamou a atenção o argumento do roteiro em torno do surgimento da "loucura" completa do personagem. Tudo no roteiro da a entender que o personagem foi tornado da forma que é devido a sociedade em que ele está vivendo. Até mesmo sua doença mental vem de uma lesão cerebral causada por algo do seu passado. Como se Arthur fosse um cara bom até a sociedade aparecer e ferrar com a sua vida
   Me incomodei um pouco com essa abordagem. É óbvio para mim que Fleck é, desde o início, uma personalidade narcisista, que quer receber aplausos apenas porque sim (ou porque sua vida é complicada). Já pensou se todo mundo que tivesse uma vida merda virasse um serial killer? As cenas de caos no final do filme mostram bem como seria. 
   Apesar desse desconforto com o argumento que parece querer isentar o personagem de culpa, gostei bastante de Coringa. Acho que os estúdios deveriam olhar com mais carinho produções que abordam os personagens das HQs de um modo mais psicológico. Apesar de algumas ressalvas, gostaria de ver mais filmes como Coringa por aí. 
   Só não entendi ainda o conceito de simpatia que alguns parecem ter sentido pelo personagem. Fiquei foi apavorada com ele, não senti nenhum pouco de compreensão ou pena por ele. Mas vi gente dizendo até mesmo que se identificou. Vai entender. 
    Nota 9 - muito bom o filme. 

Nascida no interior de SP, formada em Publicidade e Propaganda, sempre gostou de dar palpites sobre filmes, séries, animes, livros e o que mais assistir/ler. Autora do Blog "Resenhas e Outras Cositas Más" (Miss Carbono) e "Coisas de Karol". No Twitter fala de política, séries e da vida (não necessariamente nessa ordem). Siga: @karolro


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