Bohemian Rhapsody é bom mas cheio de problemas | Review

sexta-feira, novembro 23, 2018 0 Comments A+ a-




   Bohemian Rhapsody é um filme cheio de problemas. Se o objetivo é fazer a cinebiografia do Queen, falha em não mostrar a vida pessoal dos outros integrantes da banda. Se é contar a história de Freddy Mercury erra em não ser ousado ou específico o suficiente; não conta nada de específico sobre a vida pessoal de Mercury a não ser o que qualquer um pode ler lendo o Wikipedia. A sensação é de terminar o filme ainda sem conhecer o vocalista do Queen, parecem sempre mostrar o personagem do ponto de vista de terceiros - poucas são as cenas em que vemos o que Mercury pensa ou sente sobre um fato ou pessoa.
   Por último, existe a possibilidade do filme ser sobre a música que lhe dá título, Bohemian Rhapsody. O fato de sua composição ter preenchido boa parte do tempo de filmagem parece corroborar essa teoria. Mas então, porque não utilizar mais a canção na trama? E porque a história continua depois que a canção é lançada?
   Logo, não se trata de um dos melhores trabalhos de Bryan Singer como diretor. A direção é dispersa e preguiçosa e o roteiro, embora tenha ótimos momentos, é um tanto limitado pela classificação indicativa. A sorte é que é um filme falando do Queen, uma banda tão incrível com músicas tão populares e um vocalista tão icônico que mesmo um filme sem muito carisma consegue ocupar o posto de cinebiografia musical que mais arrecadou na história.

   É por causa da força das músicas do Queen que Bohemian Rhapsody merece ainda algum destaque - e pela atuação de Rami Malek, mas já volto a esse assunto. As músicas são tão poderosas que conseguem carregar de sentimento até mesmo momentos que, pela direção equivocada ou qualquer outro motivo, não teriam tal peso. Eu fui às lágrimas em diversos momentos e me arrepiei em tantos outros devido a música - as cenas em que Freddy Mercury toca ao piano Love of My Life e, depois, ao final, Bohemian Rhapsody são as minhas favoritas do filme e foram aquelas que me emocionaram.
   Outro ponto digno de nota é atuação de Rami Malek como Freddy Mercury. No começo não botei muita fé, aquelas primeiras cenas em que o ator usava peruca me pareceram mais uma paródia do que uma representação. Faltava o sex appel que o vocalista tinha mesmo com os dentes proeminentes, era difícil acreditar que conquistasse tanta gente por onde passava daquele jeito. Só quando adotou o bigode e os cabelos curtos é que o quadro mudou - nesses momentos Malek encarna Mercury de uma forma única e digna de aplausos.     

   No final, apesar de ter me emocionado bastante, fiquei com a sensação de desperdício. Freddy Mercury merecia um filme melhor, o Queen também. Até mesmo Rami Malek também merecia algo que você mais digno de sua interpretação. Bohemian Rhapsody não é horrível ou descartável, é apenas mediano - e isso é algo inaceitável para a cine biografia de um dos maiores vocalistas daquela que é uma das maiores banda de todos os tempos.
   Nota 8 - o filme é bom mas frustra porque poderia ser excelente.

Obs: os responsáveis pela legenda PT-BR não traduziram as músicas. Imperdoável. 

Nascida no interior de SP, formada em Publicidade e Propaganda, sempre gostou de dar palpites sobre filmes, séries, animes, livros e o que mais assistir/ler. Autora do Blog "Resenhas e Outras Cositas Más" (Miss Carbono) e "Coisas de Karol". No Twitter fala de política, séries e da vida (não necessariamente nessa ordem). Siga: @karolro


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