Redescobrindo "Sociedade dos poetas mortos"

sexta-feira, outubro 06, 2017 0 Comments A+ a-

   

   Sexta a noite, eu na minha rotina de assistir uma série antes de dormir. A escolhida das últimas semanas é Brooklyn 99, já que tenho dado preferência para coisas mais leves pra ler e assistir nos últimos tempos.
   Eis que, no final do episódio (que também era o último da temporada) quando todos os personagens estão se despedindo do capitão Holt, uma frase de dois segundos me faz lembrar de Sociedade dos poetas mortos. Foram apenas dois segundos mas foi como se o Leonardo Di Caprio tivesse entrado nos meus sonhos e plantado uma ideia na minha cabeça: eu tinha que rever esse filme.
   Assisti mais um episódio de Brooklyn 99 mas o filme ficou na minha cabeça. Será que tem na Netflix? Não tinha. Mas tinha no PopCorn Time, o que me pareceu uma grande coincidência e incentivo pra rever um filme que eu só tinha assistido uma vez há quase 15 anos atrás.
    Lembro que quando assisti esse filme pela primeira vez, fiquei bastante impressionada, com a história, com os personagens, com tudo. Mesmo tendo esquecido quase toda a trama, os anos deixaram aquela última cena bem gravada no meu subconsciente. "Oh, captain, my captain"! Quem lembra?       
    Reassistir um filme de (quase) 30 anos foi quase como entrar numa outra realidade. A Sociedade dos Poetas Mortos é um filme de 89 e pode ser considerado como uma história sobre jovens brancos da classe média alta, filhos de uma geração que queria filhos médicos, advogados, contadores. Essa avaliação, no entanto, me parece um tanto cínica para um filme que, em essência, trata de sentimentos que todos nós (adolescentes ou não) já enfrentamos. Fazer o que se quer ou o que se espera de nós? Viver ou só existir? Carpe Diem talvez seja um pouco batido hoje em dia mas ainda tem seu apelo, principalmente para os que andam em uma fase de reflexão sobre a vida e os caminhos que seguimos.
   Fui assistindo sem me lembrar muito de muita coisa. Aquele ali leva um soco no nariz, aquele é um traíra, eram apenas alguns detalhes que me ocorriam. Já me aproximando do final, exatamente uma cena antes de um momento bem importante para a trama, eu lembrei de tudo, de todo o desfecho do filme. E, subitamente, percebi porque foi tão difícil para meu eu adolescente não me emocionar com esse final - era só olhar para mim naquele momento, chorando até não querer mais, pra entender.

    Engraçado que, por mais ressalvas que eu poderia ter com esse filme, re-assistir só fez com que ele crescesse no meu conceito, em admiração e significado. Não só uma nova interpretação de alguns momentos da história mas também uma compreensão dos demais personagens, que antes não me ocorreu. Quando era mais nova me identificava mais com os alunos, hoje, reassistindo, pude também compreender mais o professor (atuação maravilhosa de Robbie Williams) e até mesmo os pais de um dos garotos.
   Com tudo isso, Sociedade dos poetas mortos passou de um filme ótimo que vi no início da minha adolescência a um dos meus filmes favoritos. Eu nunca tinha percebido o quando essa história marcou a minha vida, até assistir novamente depois de todos esses anos.
   Se isso fosse uma review eu diria que a nota desse filme é 10 e indicaria para os que tem empatia ou estejam passando por algum questionamento do tipo citado mais acima. Mas nem sei o que é esse texto, só queria compartilhar essa experiência com vocês e dizer que há muito tempo não me emocionava assistindo algo como me emocionei com esse filme.
   Talvez seja por coisas muito mais pessoais do que relacionadas a história e tramas em si, talvez pelo significado que essa história teve (e tem) pra mim. De todo modo, fica o registro da noite em que comecei assistindo Brooklyn 99 e terminei as lágrimas com Sociedade dos poetas mortos.


Você tem algum filme que tenha algum significado especial pra você? Se tiver, deixe aqui nos comentário. Até a próxima!


P.S.: comecei o texto falando que estou numa fase de evitar coisas muito pesadas emocionalmente e terminei contando como fui as lágrimas com um filme que não via há anos. Coerência, pra quê?

Nascida no interior de SP, formada em Publicidade e Propaganda, sempre gostou de dar palpites sobre filmes, séries, animes, livros e o que mais assistir/ler. Autora do Blog "Resenhas e Outras Cositas Más" (Miss Carbono) e "Coisas de Karol". No Twitter fala de política, séries e da vida (não necessariamente nessa ordem). Siga: @karolro


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