A Rainha Branca - Phillippa Gregory (Resenha)
Elizabeth Woodville, viúva e com dois filhos pequenos, é uma mulher da casa Lancaster, que atualmente vive em guerra com a Casa York. Infelizmente, a casa Lancaster perde e Eduardo IV ascendente ao trono, como primogênito da casa York. Isso significa que Elizabeth, além de perder o marido, também perdeu suas terras. É por isso que Elizabeth busca um encontro com o rei, para tentar reaver sua propriedade (aliás, a propriedade de seu marido).
Esse é o primeiro livro de uma série da autora Phillipa Gregory, conhecida por seus romances com fundo histórico. Dessa vez o perÃodo abordado é a Guerra das Rosas, perÃodo anterior aos Tudor em que ocorre a guerra entre as duas principais dinastia Plantageneta: a Lancaster, simbolizada pela rosa vermelha), e a casa York, cujo sÃmbolo é a rosa Branca.
Nesse contexto de guerra e rivalidades familiares, o casamento entre essa viúva da casa Lancaster e o rei da casa York toma ares de conto de fada. Partindo dessa premissa, a autora conta a história de amor entre Elizabeth e Eduardo, utilizando esse pano de fundo (a possÃvel história de amor e a ascenção dessa mulher como rainha) para falar sobre as disputas e reviravoltas que ocorreram nessa guerra.
Embora tenha tido um pouco de dificuldades em entender "quem era quem" no inÃcio, essa trama me prendeu logo nas primeiras páginas, justamente porque a autora não enrola para começar a ação. Assim que Elizabeth e Eduardo tem seu casamento anunciado, começa as artimanhas e manipulações da corte. Em um paÃs em Guerra como a Inglaterra da época, é necessário que os que detém o poder façam de tudo (dentro e fora do campo de batalha) para permanecerem com ele. E, partindo do ponto de vista de Elizabeth, acompanhamos essas artimanhas e jogos polÃticos, além das batalhas, que são narradas em terceira pessoa.
"Quando um paÃs está em guerra, primo contra primo, irmão contra irmão, nenhum homem está a salvo"
Não sou a primeira e nem a última pessoa a dizer isso mas, considerando o que vi nesse livro, é nÃtida a inspiração que a Guerra das Rosas foi para o autor G. R. R. Martin na criação do universo das Crônicas de Gelo e Fogo. Vi alguns pontos de encontro entre a obra de fantasia e os elementos históricos que encontrei nesse livro, o suficiente para recomendar essa história para aqueles fãs das artimanhas que ocorrem em Westeros.
Infelizmente, essa é uma autora não muito conhecida aqui no Brasil. Eu, por exemplo, só me interessei pelos livros (comprei o primeiro e o segundo dessa série em uma feira de livros usados) depois que vi um vÃdeo da Tatiana Feltrin sobre eles. E, mesmo com esse vÃdeo, não esperava um autora tão competente em amarrar ficção aos fatos históricos.
A narração em primeira pessoa e a herança mÃstica da protagonista desse livro, lembrou "As Brumas de Avalon", um dos meus livros favoritos. Em A Rainha Branca, a magia não ocupa tanto destaque, mas gostei de ter uma protagonista realizando pequenos feitiços ou tendo pressentimentos em meio a todo esse universo de contornos tão reais. Embora seja uma época em que as mulheres não tinham lá muita voz ou vez, a narração feminina permite enxergar o todo, como geralmente ocorre quando os fatos são narrados por alguém de fora da zona principal de conflito.
Recomendo muito esse livro, que devorei em cerca de 3 dias. Você não vai conseguir largar o livro enquanto não terminar e, garanto, vai querer ler a continuação logo em seguida.
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