|RESENHA| O grande Gatsby - F. Scott Fitzgerald #DesafioLivrada
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"Em meus anos mais vulneráveis de juventude, meu pai me deu um conselho que jamais esqueci: Sempre que tiver vontade de criticar alguém ele disse -, lembre-se de que ninguém teve as oportunidades que você teve."
Nick acaba de se mudar para Nova York para se tornar corretor e se muda para uma casa em East Egg, uma parte da cidade cercada de mansões. É lá que conhece seu vizinho Jay Gatsby e acaba entrando nesse mundo de festas espetaculares, orquestras de Jazz e tudo o mais que o dinheiro pode comprar. Não que Nick esteja desacostumado com dinheiro, sua prima Daisy e seu marido Tom o tem em grande quantidade, mas talvez seja a primeira vez que Nick vê tanta opulência como a que Jay Gatsby faz questão de ostentar.
Esse é um livro bem curto, pouco mais de 200 páginas na minha edição, e que pode passar despercebido se você o lê de maneira banal. Afinal, embora a escrita de Fitzgerald seja um espetáculo cheio de frases de efeito e muito gostosa de ler, tudo é narrado de um jeito tão blasé e entediado que, quando chega o final, você pode ficar chocado demais com a porrada que vai levar do autor no desfecho - e, com isso, não gostar do livro.
Afinal, como gostar de uma história em que todos (sem exceção) os personagens são absolutamente dúbios e não-gostáveis, cheios de vÃcios e deslealdades imperdoáveis? Onde parece que nada acontece, a não ser ricos agindo como ricos um com os outros e se traindo?
A fina ironia de Fitzgerald, que critica a futilidade e insensibilidade dessa geração da "Era do Jazz" que ele próprio frequentou, é algo que alguns simplesmente não conseguem entender e eu respeito isso. Mas não posso concordar com elas, porque, embora o livro tenha todos esses "defeitos" que citei acima, embora lê-lo pareça algo rápido e indolor e pouco memorável, embora tenha pouquÃssimas páginas... é impossÃvel esquecer essa história, esses personagens, esse desfecho. E é impossÃvel terminar esse livro sem ficar pensando nessas pessoas egoÃstas e suas atitudes mesquinhas algum tempo depois de tê-lo terminado.
Li "O grande Gatsby" para o meu Desafio Livrada na categoria "Um livro elogiado por um autor que você gosta". Confesso que roubei um pouco nessa categoria para conseguir esse livro porque, embora a Donna Tartt nunca tenha citado esse autor em suas poucas entrevistas, todas as resenhas que li de "A história Secreta" comparavam a escrita da autora a de Fitzgerald. Agora que li o livro tenho que reconhecer que os crÃticos (aqueles que fazem as crÃticas) tem razão: o tom blasé, meio que de reminiscências, os personagens carismáticos e sem caráter, a forma como o narrador tenta parecer crÃtico de tudo aquilo que vê mas na verdade está tão metido na confusão quanto todos... Tudo isso é Fitzgerald - e Donna Tartt. E, assim como quero ler tudo o que essa autora contemporânea escreveu, também pretendo ler mais obras do autor desse clássico.
Termino a 'resenha' indicando que você leia esse livro. Leia quando quiser, quando puder, sem pretensão, sem esperar que seja não melhor livro da sua vida... apenas leia. Quando eu era mais jovens torcia o nariz para o conceito de "leitura obrigatória" mas agora reconheço que alguns livros precisam ser lidos.
E, tanto pelo seu retrato apurado nessa geração que viveu no perÃodo entre-guerras nos Estados Unidos, tanto pela escrita fascinante e pela história memorável, "O grande Gatsby" é um daqueles livros que você simplesmente tem de ler.
Nota 9 - muito bom.
|Leia a Sinopse do Livro no Skoob|
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