|FILME| Carol (RESENHA / REVIEW) #Oscar2016

quinta-feira, fevereiro 11, 2016 0 Comments A+ a-


   Década de 50. Um homem entra em um bar e vê uma conhecida jantando com outra mulher. Ele a chama pelo nome e Therese lhe apresenta Carol Aird. O homem pergunta a Therese se vai a certa festa mais tarde e Carol aproveita, se despede e sai. Therese diz ao homem que vai pegar uma carona com ele mas, assim que este sai, ela pega um taxi e vai embora sozinha. No táxi, a caminho da festa, Therese começa a relembrar o que a levou até aquele momento... 
   Essa é a primeira cena do filme Carol e, já nesse primeiro momento, já é possível ver claramente todas as coisas que mais me chamaram a atenção nesse filme. A primeira delas é a ambientação: A Nova York dos anos 50 está muitíssimo bem retratada nesse filme, seja nos cenários, objetos e figurinos, assistir a esse filme é como entrar numa máquina do tempo. Pelo o que andei lendo sobre o filme é uma característica dos filmes do diretor Todd Haynes. Nunca tinha ouvido falar sobre ele mas, além da ambientação, amei a forma como Haynes conduziu a história, que tornou Carol um filme belo (em todos os sentidos) e muito delicado, singelo. 
   Conhecemos a história de Therese, uma jovem que não sabe muito bem o que quer da vida, que ama fotografar mas não faz nada sobre isso, ao invés disso, trabalha num emprego medíocre numa loja de brinquedos. É nessa loja que ela conhece a bela Carol, que vai até lá para comprar um presente de Natal para a filha. Therese se sente fascinada por aquela mulher, embora não saiba explicar a si mesma o porquê. Desse encontro na loja, por um acaso, elas acabam entrando em contato de forma mais intima e se aproximar uma da outra de uma forma que é maior do que a simples amizade que seria esperada de ambas na época. 
  O que nos leva a segunda coisa que me chamou a atenção em Carol. Rooney Mara e Cate Blanchett estão perfeitas como Therese e Carol, não é a toa que ambas as atrizes concorrem ao Oscar desde ano (Blanchett como melhor atriz e Mara como atriz coadjuvante). A química entre elas é palpável desde a primeira cena e, durante o filme, através de cada toque, cada olhar entre Therese e Carol. Não adiantaria nada o roteiro tão belo, a direção e ambientação tão perfeita se não pudêssemos sentir o amor crescendo entre essas duas personagens nem nos conectar com a história delas, algo possível graças a atuação de Blanchett e Mara. Considerando que se trata de um filme com muito pouco diálogo e cenas amorosas (na maioria das vezes apenas um toque e um olhar é que mostra a natureza de seu relacionamento) esse é um feito impressionante
   Talvez você saiba, talvez não, mas Carol é inspirado em um romance homônimo da escritora Patricia Highsmith. Li o livro ano passado, quando soube que o filme iria estrear e achei a história muito bonita e válida, se considerarmos a época em que foi escrita  (CLIQUE AQUI para minha resenha completa do livro). O mérito do filme talvez seja nos inserir no contexto da época em que a história se passa e, com isso, tornar a história significativa também para os dias de hoje. Gostei especialmente da forma como o roteiro preenche as lacunas do livro, narrado em primeira pessoa por Therese, tornando Carol uma personagem mais real e menos idealizada que no romance. Dessa forma, acho o filme uma perfeita complementação do livro, uma adaptação no melhor sentido da palavra, que torna o ato de assistir ao filme algo completamente novo até mesmo para quem leu o livro. 

    Não poderia terminar essa minha "resenha" sem falar sobre a trilha sonora composta por Carter Burwell, a terceira coisa que me chamou a atenção nesse filme desde a primeira cena. As músicas que tocam no filme, todas dos anos 40/50, são belíssimas mas é a trilha sonora de Burwell que funciona como um fio condutor de toda a história, singela e tocante, assim como o restante da trama. Essa trilha sonora também está concorrendo ao Oscar mas, com Ennio Morricone (Os 8 Odiados) e John Williams (Star Wars - O despertar da Força) no páreo, duvido muito que leve (infelizmente).
   Indico Carol para os que querem assistir a uma belíssima história de amor, independente de gênero ou orientação sexual. Trata-se de um filme muito bonito e bem feito que mereceria ser visto mesmo que não estivesse concorrendo ao Oscar em nenhuma categoria (em tempo: sdds indicações para melhor filme e direção =| ).

   Nota 9 - muito bom
|TRAILER|

Carol concorre ao Oscar 2016 por: Melhor fotografia, melhor atriz e atriz codjuvante, melhor trilha sonora, melhor roteiro adaptado, entre outros. 

Nascida no interior de SP, formada em Publicidade e Propaganda, sempre gostou de dar palpites sobre filmes, séries, animes, livros e o que mais assistir/ler. Autora do Blog "Resenhas e Outras Cositas Más" (Miss Carbono) e "Coisas de Karol". No Twitter fala de política, séries e da vida (não necessariamente nessa ordem). Siga: @karolro


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