Meu problema com ET's (Ou: porquê evito histórias que falam sobre homenzinhos verdes)

sexta-feira, julho 03, 2015 0 Comments A+ a-


     Acho que é a segunda vez que tento escrever um post sobre esse assunto. Da primeira vez em que tentei explicar porquê não ter nenhum (NENHUM!) interesse em livro, séries, filmes e o que mais existir em entretenimento com a temática de ET's eu escrevi um texto enorme, todo cheio de referências a filmes e séries que já havia assistido e comentários em geral. Até mesmo separei esse texto em duas partes porque ficou bem extenso. 
     Mas aí surgiu houve a "grande formatação do computador da Karol" (eu, no caso) e eu perdi tudo isso, além de milhares de outros arquivos sobre o qual eu não quero nem pensar pois, do contrário, me deitaria no chão agora mesmo e começaria a chorar em posição fetal.  
   Pois bem, saibam que esse segundo texto não será nem tão de longe tão completo quanto o primeiro. No entanto, tentarei deixá-lo o mais explicativo possível, até para evitar que eu tenha que explicar em todo bendito post sobre essa temática o porquê de normalmente não apreciar esse tipo de trama. 

O inicio (ou: a culpa é da Julianne Moore)

     Como toda história de traumas e fobias, meu problema com E.T.s também teve um inicio. Eu devia ter uns 12 ou 13 anos e, então o ano deveria ser 2004 ou 2005. Lembro-me de estar assistindo a novela com os meus pais e que, quando a novela acabou, começou esse filme com a Julianne Moore, chamado "Os esquecidos"O inicio do filme me atraiu de imediato: uma mãe, devastada pela perda do filho que ocorreu a cerca de 1 ano, descobre através de seu psiquiatra que essa criança na verdade nunca existiu - tudo era uma alucinação criada por ela própria. Seu marido também diz a mesma coisa mas Telly (a personagem principal) está decidida a provar que seu filho existiu e sai numa busca através de evidências disso. 
      Nessa idade eu já era sugada por um bom suspense psicológico e esse, pelo inicio, parecia ser um dos bons. Afinal, será que a criança tinha existido mesmo? Ou se tratava de uma mãe maluca? Lembro-me que comecei a ver e me senti cada vez mais atraída pela história e pelo clima de suspense do filme até que... 
       Não me lembro exatamente como era a cena. Mas de repente Telly estava conversando com o pai de uma criança que supostamente não teria existido também. Lembro-me dos dois estarem fugindo ou se escondendo, mas talvez isso não seja verdade. Só sei que, do nada, no meio da conversa, a personagem da Julianne Moore pergunta para Ash (o outro personagem): "VOCÊ ACREDITA EM ET's?" - What?!
        Nunca fui muito familiarizada com essa temática por isso essa pergunta dela, para mim, foi saída de lugar nenhum. Quer dizer, seu filho sumiu e ET's pegaram ele? Fiz minha mente de que a personagem estava mesmo louca e continuei a assistir ao filme. Mas, conforme via, percebi que após essa pergunta fora de sentido e de lógica, tudo conspirava para que fossem mesmo os ET's os responsáveis pelo sequestro. Quer dizer, uma mãe possivelmente desequilibrada dá um palpite do nada e segue obstinadamente por ele, chegando a fugir de pessoas que acha que são "amigos dos ETs", como a policia ou seu próprio psiquiatra, e o filme compactua com essa loucura, mostrando os tais ET's no final. Foi desanimador.
         Me lembro de ter pensado, e ainda penso até hoje, que aquela altura do filme, ela poderia ter feito qualquer outra pergunta (Você acredita em anjos? Você acredita em demônios? Você acredita em vampiros?) e a minha reação seria a mesma. Mas o fato de ela ter mandado esse palpite justamente nos ETs fez com que eu criasse um terrível preconceito contra esse mote: Vejo os Ts como uma explicação ridícula e falha para coisas aparentemente sem explicação ou para a própria maluquice dos personagens da história.
       Ou seja, ETs para mim se tornou o clichê da história rasa e sem criatividade, em que os escritores não souberam como explicar algo e acabaram caindo para isso. 

Mas... E Star Wars? (algumas exceções)

     Nesse momento e também na primeira vez em que escrevi esse texto, me vieram diversos exemplos de filmes e livros de ETs que amo: Yargo, Star Trek e, claro, Star Wars. O episódio I de Star Wars foi lançado em 1999 e eu fui assisti-lo no cinema (sim, com 7 anos, sou uma pequena nerd) e me apaixonei pela saga, tanto que assisti aos episódios II e III também no cinema, anos depois. 
      Ironicamente, quando tive aquele insight com Os esquecidos não coloquei Star Wars no meio dessa minha cisma. E, anos depois, tampouco coloquei Star Trek, Riddick, Guardiões da Galáxia  e tantos outros filmes nessa categoria. Será que meu preconceito com ET's era da boca pra fora apenas? Ou eu o tinha superado ao longo dos anos?
         A resposta está ao analisarmos a história desses filmes sobre ETs que tanto gostei:

Star Wars: uma galáxia distante em que seres de outros planetas são uma realidade conhecida por todos e viagens espaciais para esses planetas são possíveis.
Star Trekuma galáxia distante em que seres de outros planetas são uma realidade conhecida por todos e viagens espaciais para esses planetas são possíveis.
Riddick: seres de outros planetas são uma realidade conhecida por todos e viagens espaciais para esses planetas são possíveis.
Guardiões da Galáxia: seres de outros planetas são uma realidade conhecida por todos (menos para o  pessoal da Terra mas o filme não se passa aqui) e viagens espaciais para esses planetas são possíveis.

       Já deu para ver que todos esses filmes seguem o mesmo padrão. Neles, os ET's não são uma explicação para algum evento ou situação mas sim uma realidade, parte da história, sem que seja necessária a sua "descoberta". Logo, não me causaram repulsa pois carece de outros elementos que, na minha cabeça, associei a histórias com ETs - para mim é tudo parte da mitologia dessas sagas, assim como os Elfos estão para O senhor dos anéis e um animais falantes estão para Nárnia. Não passam de elementos da história e não da história em si. 
           Sobre Contato de 4º Grau, outro filme de "ETs" que gostei, a explicação está na minha própria interpretação sobre a história: apesar do nome, das afirmações constantes de que eram ETs e de tudo apontar para isso, não considerei esses "seres" que aterrorizavam os moradores de uma cidade do Alaska como extraterrestres. Culpe minha criação cristã se quiser, mas quando um 'ser' possui uma mulher e diz, numa linguagem antiga, que é "deus"... bom, eu não chamo isso de ETs
             
            Quanto a Yargo, o único livro com ETs que li e gostei em toda a minha vida a explicação está no final. Lembro que li quando estava com uns 15 anos e que odiei o inicio profundamente. Quando a "coisa dos ETs" se aprofundou ao longo da história, tive que me forçar a continuar lendo e, com o tempo, a autora entrou em tantas maluquices e aventuras que eu acabei relevando o fato de que tudo tinha começado com uma abdução ridícula. 
         Mas, até ai, esse seria apenas mais um livro bom apesar dos ETs, como a Midnight Breed Series não fosse o final que a autora nos propõe. É spoiler contar o final do filme lançado a quase 30 anos? Bom, não darei detalhes mas saibam que o fator "dúvida" foi fundamental para eu gostar dessa história, com ETs e tudo. 

Concluindo...

            Não assisti Avatar, não li (e nem assisti) "Eu sou o número 4" e detestei Transformers 3, motivo por ser xingada até hoje. Quando descubro que o tema de um livro, filme, série ou anime são seres de outros planetas, abduções e outras papagaiadas como essa fujo para as colinas ou, se assisto por acidente, normalmente não gosto. 
           Sério, não me indiquem nada com esse tema pois não vou assistir. Com certeza, devo estar perdendo coisas de bastante qualidade ao longo dos anos mas, de que adianta assistir ou ler algo que já sei que começarei com um pé atrás? Se os ETs aparecem em um "mundo normal", a fim de explicar algo inexplicável, eu não tenho mais a mínima vontade de assistir. É como se desligasse em mim a chave de "interesse" pela história em questão. 
           E agora vocês sabem o porquê. Minhas explicações podem ter soado confusas e fracas mas é assim com todos os preconceitos, não? Meu preconceito é por esses humanoides, verdes (ou cinzas), com olhos obliquos e alongados, advindos de outros planetas com intenções geralmente malignas. 

           Por favor, não me denunciem por isso.               


            

"My work always tried to unite the true with the beautiful; but when I had to choose one or the other, I usually chose the beautiful." -- Hermann Weyl Miss Carbono que é o numero 6 na tabela periodica


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