|RESENHA| Battle Royale - Koushun Takami
A
primeira vez que eu ouvi falar sobre esse livro foi numa resenha do NUPE,
quando o livro ainda não havia sido lançado em português. Me lembro que eles
elogiaram o livro, que foi lançado antes de Jogos Vorazes, mas afirmaram que
essa história era muito mais descritiva e graficamente forte do que o livro
mais conhecido. Fiquei levemente interessada mas, como não tinha lido nem Jogos
Vorazes naquele tempo, acabei esquecendo o assunto.
Desde
então li o primeiro e segundo volume da série da Suzanne Collins (e vi os filme)
e batalho para terminar o terceiro, algo que espero conseguir até o lançamento
do ultimo filme em outubro/novembro. Vi que esse livro foi lançado no Brasil e
aproveitei o Black Friday do ano passado para adquiri-lo, começando a lê-lo
imediatamente.
No
livro conhecemos Shuya Nanahara um jovem do 9º ano da escola de ensino
fundamental Shiroiwa, um jovem que quer ser astro de rock e que se sente
vagamente incomodado pelo regime atual, mas não o suficiente para fazer qualquer
coisa sobre isso. Todos na classe de Shuya estão viajando de ônibus, numa
espécie de excursão, quando algo estranho acontece: O ônibus para e um gás e
lançado dentro dele, e a última coisa que Shuya se lembra antes de dormir é de
um homem mascarado entrando pela porta da frente.
Cena do Anime Battle Royale |
Quando
acorda ele está numa sala de aula com um uniforme escolar, tÃpico daquelas
escolas japonesas (quem assiste animes deve saber) enquanto as meninas uma
versão feminina dos mesmos uniformes colegiais. Um homem estranhamente animado
os informa que eles foram os selecionados para participar do Jogos Vorazes
Programa daquele ano, ou seja, todos teriam que lutar entre si até a morte.
Shuya percebe que estão todos com um colar preso ao pescoço e o homem informa
que todos estão sendo monitorados por aquela "coleira": dessa forma,
ninguém pode escapar ou se fingir de morto, pois eles perceberiam.
Uma
coisa que sempre me incomodou em jogos vorazes é a possibilidade dos
participantes poderem se esconder indefinidamente num local, fazendo a edição
dos jogos se arrastar por vários dias. Em Battle Royale esse problema é
resolvido, pois toda a 'Arena' é separada em quadrantes que, 4 vezes ao dia,
seriam um a um proibidos, obrigando os participantes a estar em constante
movimento. Além disso se, nas primeiras 24 horas ninguém houvesse matado
ninguém, os explosivos conectados as coleiras explodiriam e todos iriam morrer,
não restando nenhum 'vencedor' para o Programa.
São
detalhes, sim, mas que fazem de Battle Royale uma história muito mais pensada e
plausÃvel que Jogos Vorazes e uma leitura muito mais agradável também. Embora
os principais sejam Shuya e Noriko (que a certa altura do 'Jogo' passam a
nutrir sentimentos amoroso um pelo outro) cada capÃtulo é centrado em um dos 42
alunos da turma, através de um narrador onisciente. Na prática isso significa
ver todas as mortes que ocorrem durante a disputa mas também conhecer as motivações
e ações de outros personagens.
Como
já está se tornando um hábito, não me simpatizei muito com Shuya ou Noriko mas
sim com personagens secundários, cujas histórias significaram bem mais para
mim. Shogo, Hiroki, Shinji e,
principalmente Takako Chigusa. Essa ultima aliás, é a única personagem feminina
que não se comporta nem como uma anta completa (como Noriko, a principal) nem
como uma psicopata promÃscua como Mitsuko Soma - todas as outras meninas do
grupo, infelizmente, variam entre um extremo e outro.
Essa
maneira rasa com que se descrevem e retratam os personagens femininos é outra
coisa em comum que Battle Royale tem com animes e mangás. Mas os diálogos, as
mortes, as reviravoltas... tudo me lembrou um anime e, como gosto muito deles,
isso me fez gostar ainda mais da história que li bem rapidamente, apesar da
grande quantidade de páginas (663).
Chorei
um pouco com a história de Takako mas, no geral, permaneci bastante indiferente
aos rumos do livro, já que, desde a primeira página, já estava meio claro quem
iria sobreviver aquilo tudo. Somente no final é que lamentei de fato uma morte:
essa morte, aliás, estragou um pouco o livro para mim, já que tudo acaba
perdendo um pouco do sentido.
Mesmo
assim recomendo Battle Royale para você que gosta de thrillers sanguinolentos.
Vejo o pessoal reclamando da violência da história mas, se considerarmos que se
trata de um livro em que as pessoas tem de matar umas as outras, até que não é
tão violento assim. Sim, as mortes ocorrem, mas não são descritas de uma forma
que causa desconforto real para o leitor ou algum tipo de angústia. Na verdade,
correndo o risco de ser chamada de sádica nos comentários, as mortes são até divertidas
e interessantes.
Quem
se chocou com o conteúdo certamente se pautou em Jogos Vorazes para ao livro
mas, apesar das minhas comparações do inicio, já estava preparada para uma
história bem mais pesada. Falando em comparações, é impossÃvel não fazê-las,
ainda mais quando você considera que esse livro foi publicado 9 anos antes da
série teen. Mas isso não é assunto novo, então não imagino alguém vindo me xingar aqui nos comentários por que digo que Jogos Vorazes kibou (um pouco) Battle Royale.
Tirando
o final, essa história cumpriu seu objetivo de entretenimento. Fico feliz de
ter esse livro na minha estante, embora, depois dessa leitura tão cheia de ação
e poucos mimimis, tenha se tornado muito mais difÃcil terminar de ler "A
Esperança".
Nota 8 -
um bom livro
Olá, seja bem-vindo!
Pode falar o que quiser do filme, livro ou texto - só peço que tome cuidado para não ofender os outros leitores do blog. Nada contra palavrões mas também não vamos exagerar, ok?
Obrigada!