Resenha: O amante - Deborah Hale

segunda-feira, novembro 05, 2012 0 Comments A+ a-


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INGLATERRA, 1815.Como Felicity contaria a seu querido amante que ele seria pai? Thorn ,apesar das circunstâncias dificeis,certamente faria uma oferta de casamento responsavel e honrosa, a qual Felicity jamais poderia aceitar.Por que ela só se casaria com ele se realmente houvesse amor entre ambos... Thorn Greenwood queria ter apenas alguns momentos de prazer ao lado de Felicity, mas, em vez disso, acabou se apaixonando perdidamente por ela. No entanto, de repente, ela terminou o relacionamento deles de forma abrupta. Teria Felicity imaginado que ele não passava de um caça-dotes? Não podia ser... A única coisa de valor que Thorn queria era o amor daquela mulher! – Sinopse retirada do Skoob

            Quando Lady Felicity Lyte descobre estar grávida de seu amante, Lorde Thorn Greenwood, resolve terminar o romance entre os dois. Porém o que não esperava era que Thorn batesse a sua porta em plena madrugada, completamente descomposto, acusando o sobrinho Felicity de fugir com a irmã dele para a Escócia.

            Após superar o choque de ver seu antigo amante batendo a sua porta, Felicity se compromete a ir atrás do casal fugitivo, e Thorn insiste em acompanhá-la. Mas a mocinha recusa, pois tem medo de que ele descubra sua gravidez e a obrigue a um casamento indesejável.
            Esse livro foge de alguns clichês bastante usuais em romances românticos, principalmente usados quando se trata de um livro “de época”, ou seja, que se passa em um período histórico anterior.  Claro, no cerne ainda se trata ainda de um romance mas se são os detalhes que fazem a diferença, foram esses detalhes que destacaram ‘O amante’  dos demais romances do gênero.
            O primeiro lugar-comum: A mocinha deve ser virgem e/ou inexperiente, só “despertando para o amor” quando o mocinho aparece em sua vida. O mocinho, por sua vez, deve ser experiente, embora nunca tenha se apaixonado de fato. Em ‘O amante’ acontece justamente o inverso: Felicity já foi casada e havia procurado um amante justamente por sentir falta do aspecto sexual do casamento. Já Thorn é quem é despertado; a autora não é muito direta nesse ponto mas dá a impressão de que o mocinho era virgem antes de começar a se relacionar com Felicity, sendo ela quem o ‘ensina’ como agradá-la etc.
            Só isso já valeria a leitura, mas ainda tem mais. O segundo clichê é do mocinho irresistível que, mesmo não sendo bonito, tem uma aura de poder/segurança tão forte em si que desperta a atenção e desejo da mocinha. Thorn é descrito como um homem de aparência comum que, em uma festa, dificilmente seria notado. A mocinha o acha atraente, claro, mas até mesmo reconhece a falta de predicados “típicos” no herói: Um dos poucos elogios a beleza de Thorn são seus olhos e sua altura. Mesmo nos pensamentos de Felicity não há mais descrições da beleza física dele, embora ele passe a ela uma sensação de segurança, de ser amada, Thorn não é bonito no sentido tradicional.      
            É por isso que, quando recebe a carta de Felicity terminando o relacionamento, Thorn não se sente particularmente surpreso. O livro não retrata muito o período em que os mocinhos foram amantes mas o tempo inteiro o mocinho se pergunta por que Felicity o escolheu, já que ela é extremamente bonita enquanto ele é apenas comum.
             Ou seja, esse é o primeiro conflito entre o casal, Thorn não acha que a mereça. E isso não é só apenas por causa de sua aparência física, mas também por que Felicity é bem mais rica que ele, embora o mocinho tenha uma reputação imaculada na sociedade (ao contrário da dela).  Thorn receia que a sociedade pense que seu interesse em Felicity é apenas financeiro, por isso é orgulhoso demais para pedi-la em casamento.       

            Nesse ponto do livro eu já estava completamente vidrada na história, ainda mais por que o livro foi escrito por Deborah Hale, uma autora cujos livros gosto muito e que recomendo fortemente para aqueles que gostam de romances de banca do período regencial. Até hoje não li um livro da Deborah Hale que não tenha sido bom, é uma autora de romances de banca que se especializou em construir histórias de amor que nos fazem suspirar no final. Ela não é muito citada nem mesmo nos blogs especializados, porém, se me perguntarem qual são as melhores autoras de romances de banca histórico com certeza a citaria na minha lista.
            Mas voltando ao livro, mesmo se passando em poucos dias, a história e o romance entre os personagens são extremamente convincentes. É óbvio que o casal principal se ama desde o principio, mas há muito orgulho e insegurança de ambos os lados.  
            O que me faz lembrar outro clichê que esse livro ignora: Se normalmente a mocinha é um poço de bondade e compaixão, nesse livro Felicity tem ares de antagonista. Mesmo pela visão romantizada de Thorn, vemos que Felicity é egoísta, mimada e temperamental. Claro, tudo isso é uma máscara para uma personalidade insegura e a convivência com Thorn faz de Felicity uma pessoa melhor, mas a mocinha testa a paciência do mocinho (e dos leitores) ao longo da história, principalmente em uma das cenas finais.  Sobre essa cena, o único motivo do final desse livro ter sido feliz é o fato do mocinho ser extremamente paciente e compreensivo (à lá Geoffrey de ‘O anel de Noivado’), por que se fosse pela mocinha o desfecho certamente teria sido outro.
            O livro ainda conta com um epilogo muito bonito e que reforçou a minha opinião de que esse livro se trata de uma série. Se não me engano as irmãs de Thorn, Ivy e Rosemary, também tem livros contando sua história. Porém, como acontece na maioria dos romances de banca, o fato de não ter lido os outros livros não dificultou a minha compreensão da história, a trama é independente.

            Se você gosta de romances românticos e está disposto a tentar uma história que foge um pouco do convencional e que é mais light, ou seja, que não tem tantas cenas quentes entre os personagens principais, eu indico ‘O amante’.    Esse livro entrou para a minha lista dos intocáveis, aqueles romances que não vendo/troco de jeito nenhum. Nota 9 – muito bom. 

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