Resenha: Feche bem os olhos - John Verdon

segunda-feira, outubro 22, 2012 0 Comments A+ a-




             Uma noiva é decapitada no dia de seu casamento, evento que foi filmado por diversas câmera sem que pudesse se definir como/quando ocorreu. O principal suspeito, Hector Flores, desapareceu sem deixar rastros. E o crime tem outros detalhes curiosos que logo chamam a atenção de David Gurney. 
             Nesse livro o mesmo detetive de Eu sei o que você está pensando se depara com um mistério que tem tantas camadas e personagens complexos que chega a pensar que o crime não faz sentido algum: Afinal, quem é Hector Flores e por que se daria ao trabalho de assassinar Jilian Perry (a noiva) no dia de seu casamento? Para onde ele foi depois disso sem que as câmeras o tivessem filmado?
Com uma trama com temática voltada para o sexo em sua pior forma, Verdon constrói uma narrativa cheia de reviravoltas engenhosas e camadas ocultas. 
              Esse livro tem uma baita vantagem em comparação ao primeiro, tanto no quesito investigativo, quanto nos desdobramentos do mistério. Gurney atua, de fato, como um detetive ao invés de um simples consultor da policia, o que rende prejuízos até mesmo em sua vida particular. Sobre isso, vemos em 'Feche bem os olhos' o quando o caso Mellery (do primeiro livro) afetou o casamento de Gurney e Madeline. Confesso que torço pelo casal apesar de achar que a tendencia, nos próximos livros, é que eles acabem se separando mesmo. 
              Isso se houver algum próximo livro, claro. Mas, presumindo que Gurney seja uma especie de 'Sherlock Holmes' moderno, criado por John Verdon, é possivel que esse ex-policial não fique parado por muito tempo. 
            Como disse anteriormente, achei essa trama melhor construída do que a primeira e gostei muito mais de acompanhar os desdobramentos do caso. Dessa vez posso dizer que consegui 'pegar' quase tudo o que aconteceu logo nas primeiras páginas, porém é fascinante ver uma história tão bem construída, mesmo já desconfiando do final. 
             Depois desse livro posso dizer que John Verdon é um dos grandes nomes do romance policial de sua geração, um autor engenhoso que sabe dosar alguns momentos de drama com outros de suspense. Gurney, personagem criado por Verdon, é tão real que cheguei a pensar que era um alter-ego do próprio autor, até descobrir que este nunca trabalhou no ramo de investigação. Mesmo assim continuo achando muito interessante o paralelo que o autor faz no personagem: 
          De um lado o detetive objetivo e equilibrado e de outro o pai e marido ausente e   distante. É como se Gurney fosse envolvido por camadas de personalidade que vão se revelando para os leitores ao longo da narrativa, gerando um mistério que corre em paralelo com o principal. Por que, até mesmo para nós, leitores, é dificil saber exatamente o que David Gurney pensa ou sente. 
            Indico fortemente para os fãs do gênero. Os leitores de Agatha Christie e Conan Doyle certamente apreciarão esse tipo de trama intrincada e se divertirão tentando descobrir a identidade do assassino. Nota 9 - muito bom.  

EXTRAS
Página do livro no Skoob

"My work always tried to unite the true with the beautiful; but when I had to choose one or the other, I usually chose the beautiful." -- Hermann Weyl Miss Carbono que é o numero 6 na tabela periodica


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