Resenha do livro “Amante Eterno” – J.R. Ward

quarta-feira, setembro 22, 2010 1 Comments A+ a-


Como prometido, estou escrevendo sobre o segundo livro da série da Irmandade das Adagas Negras. Para ler meu comentário sobre o primeiro livro , que na verdade é um comentário geral sobre a série, clique AQUI.
Amante Eterno conta a história de Rhage, o guerreiro que foi amaldiçoado pela Virgem Escriba e que, graças a isso, tem uma besta dentro de si (e isso não é uma figura de linguagem) e de Mary, uma humana que sobreviveu a um câncer no sangue (leucemia). Vale lembrar que, nessa série, os humanos não podem tornar-se vampiros. Ou se nasce assim ou... não.

Rhage está andando pelos corredores da mansão onde moram os membros da Irmandade, andando com dificldade e enxergando muito pouco (a besta tinha aflorado na noite anterior e deixou seqüelas) quando depara-se com Mary Luce que, bem, foi parar lá devido a uma grande coincidência envolvendo um vampiro mudo, que ainda não passou pela transformação.
Apesar de não encherga-la (lembrem-se que a visão estava debilitada) ele logo se encanta com a voz dela e ela fica impressionada com Rhage, afinal, não é a toa que o chamam de Hollywood: o cara é lindo mesmo.
O problema é que as memórias dela iriam ser apagadas para proteger o ‘segredo’. Ela estava lá na mansão mas assim que saísse, Thor, o lider da Irmandade iria apagar as memórias dela. E, de fato, o faz.
Como Rhage já está meio apaixonado por Mary ele conversa com Bella, a amiga vampira da heroína, e a obriga a dizer que ele é amigo dela e a ‘armar’ um encontra entre os dois (Mary e Rhage). Sobre Bella, vale ressaltar que ela é a mocinha do próximo livro (Amante Desperto) e que Mary não sabe que ela é uma vampira.
A questão é: a besta dentro de Rhage o impede de ter um relacionamento normal. Ele vive com medo de se descontrolar por isso está sempre procurando válvulas de escape para a tensão, como violência e sexo. O problema é que ele se descontrola muito rápido perto de Mary e tem medo de machuca-la se eles chegarem a se relacionar. Muitas das atitudes de Rhage - a maioria imperdoáveis, não fosse pelo contexto - são tomadas a partir desse medo de deixar com que a Besta aflore.


Ponto Forte: Rhage é um fofo e se apaixona por ela desde o primeiro instante, ainda que não efina o que sente como amor, não num primeiro momento. Ele e Mary são o ponto forte da trama assim como toda a Irmandade, cujo os guerreiros são, ao mesmo tempo, violentos e gentis, sérios e engraçados.
Ponto Fraco: A história de Butch e Marissa, iniciada no primeiro livro da saga, nessa história fica em stand-by: Logo nas primeiras paginas a autora da uma desculpinha incompreensível e esfarrapada e os dois são esquecidos (Marissa nem aparece no livro). Acho que a autora quis deixar esses personagens para mais tarde mas, a maneira como fez isso não foi muito legal. Sei lá, a conclusão desse mistério (porque Marissa não atendi aos telefonemas de Butch?) tem apenas duas alternativas obvias. Só espero que J.R. Ward não utilize de nenhuma delas.
Outra coisa irritante são os redutores. Esse negocio de Sr. O, Sr. X... Aff, juro que não aguento.

Conclusão: O livro é ótimo e, pra mim, é o melhor casal da série até agora (Já li até o terceiro livro, depois posto um comentário sobre ele também). Apesar dos pontos negativos, a autora conseguiu fazer uma história que encanta e emociona e, mais importante, conseguiu que parecesse plausível um homem se transformar num monstro, um dragão (sei lá). A serie das Adagas tem essa coisa de “química explosiva” que poderia comprometer um pouco do romantismo mas não foi esse o caso. Algumas cenas são tão bonitas que levam lagrimas aos olhos.

TRECHO DO LIVRO
(Ta com uma linguagem estranha porque eu peguei o trecho do e-book. No livro é bem mais bonito). Os dois estão conversando.
- Não sou tua. - Sussurrou ela.
O rechaço não o desconcertou. - Bem. Se não poder te ter, então
tome. Obtém tudo de mim, uma pequena parte, tudo o que queira. Mas
por favor, toma algo.
Ela chegou até sua face, acariciando os planos e ângulo perfeitos de suas bochechas e seu queixo.
- Não teme à dor? - Perguntou ela.
- Não, mas te direi que me assusta como o inferno. Te perder.

Esse livro é ótimo.

Robin Hood - O Filme 2010

terça-feira, setembro 14, 2010 0 Comments A+ a-


Robin Hood conta a história de um exímio arqueiro, anteriormente interessado somente em sua auto-preservação, a serviço do exército do Rei Ricardo contra a França. Depois da morte de Ricardo, Robin segue para Nottingham, uma cidade que sofre por causa da corrupção de um xerife tirânico e da cobrança exorbitante de impostos, onde se apaixona pela impetuosa viúva Lady Marion, uma mulher desconfiada da identidade e dos motivos deste guerreiro da floresta. Esperando conquistar Lady Marion e salvar o vilarejo, Robin reúne um bando cujas habilidades mercenárias letais são igualadas somente por seu desejo aproveitar a vida. Juntos, eles começam a saquear os ricos indulgentes para corrigir as injustiças cometidas pelo xerife.



Todo mundo já está cansando de saber dessa história: Ladrão que vive na floresta rouba dos ricos para dar aos pobres. Além do mais, Robin Hood nunca foi meu herói favorito (ñ sei, ele sempre pareceu um pouco cafajeste).

Mesmo com tudo isso, acabei gostando do filme. Acho que a grande 'sacada' dos produtores foi explorar a história de Robin Hood antes dele se tornara lenda.

Nos deparamos então com um sujeito honesto mas, ao mesmo tempo, que sempre dá um jeitinho de se dar bem, que acaba em Nottingham por puro acaso, quando resolve cumprir a ultima vontade de um homem morto (homem esse que foi roubado e teve sua identidade usurpado por Robin).

Mas porque um homem tão malandro como esse tal de Robin Hood vai cumprir uma promessa feita ao leito de morte?

Nesse ponto entra um mistério que só é resolvido muuuuito depois. Muito depois MESMO. Afinal o filme tem mais de duas horas de duração e só começa a ficar realmente interessante (e mais parecido com um filme de aventura) na, digamos, meia hora antes do fim.

Outra coisa inesperada (pelo menos pra mim) é o Russell Crowe. Sério, para mim ele sempre foi um ator gordinho porém charmoso. Nesse filme eu paguei a lingua. Claro, ele continua charmoso mas chama-lo de gordinho é uma tremenda injustiça. A cena em que ele tira a camisa mostra musculos e até um tanquinho.

Claro, pode ser photoshop. Mas surpreendeu.

Concluindo: O filme é bom. Um pouco longo mas... bom.



Ainda em dúvida? Veja o trailer do filme.


Amante Sombrio - JR Ward (Série da Irmandade das Adagas Negras)

sábado, setembro 04, 2010 3 Comments A+ a-


Sinopse
Em Caldwell - Nova Iorque, sem que o restante da humanidade saiba, desenrola-se uma sórdida e cruel guerra entre vampiros e seus caçadores. Interagindo em favor dos vampiros existe uma Irmandade secreta, formada pelos seis vampiros mais fortes e poderosos, defensores de sua raça, e nenhum deles deseja a aniquilação de seus inimigos mais que Wrath, o líder da Irmandade da Adaga Negra. Wrath é o vampiro de raça mais pura e ao perder um de seus mais fiéis guerreiros, que deixou órfã uma jovem mestiça (filha de pai vampiro e mãe humana) ignorante de sua herança e destino, não terá outra saída senão cuidar da bela garota e leva-la para o mundo dos não mortos. Ela, Beth Randall, vê-se impotente em tentar resistir aos avanços desse desconhecido, incrivelmente atraente e sensual, que a visita durante a noite, envolto em sombras. As histórias dele sobre a Irmandade e o mundo dos vampiros a aterrorizam e fascinam, e seu simples toque faísca um fogo que pode acabar consumindo a ambos.

O ano de 2005 foi um ano interessante para a ficção fantástica, mas precisamente os vampiros: Nesse ano foi lançado nos Estados Unidos pelo menos dois livros sobre o tema: Amante Sombrio (assunto deste post) e a famosa série Crepúsculo.
Ambas partiram do mito dos vampiros e criaram algo mais, uma nova mitologia para os seres noturnos: Sthephenie Meyer criou um mundo com vampiros bonzinhos, jovens e virgens e J.R.Ward (que apesar das siglas trata-se de uma mulher também) preferiu algo mais gótico, com homens assustadores a fascinantes, envoltos em uma aura de violência e sexualidade.
Alias violência e sensualidade são duas palavras que caracterizam bem essa série, o que não quer dizer que não haja também cenas de emoção e romance: O vampiro Ward, protagonista de Amente Sombrio, pode até ter jeito de durão mas, depois que se apaixona, mostra também seu lado sensível.
O que se deve notar, porém, é que esse tal romantismo não é ‘platonico e idealizado’ como nos contos-de-fada (ou como na série Crepúsculo) e sim algo intenso e sombrio. O vampiro de J.R. Ward é como aquelas gárgulas do período gótico: Assustadores e fascinantes. Até compararia com Anne Rice mais acho que os vampiros dela tem uma elegância e uma melancolia que esses guerreiros não tem (e nem pretendem ter). São, como eu disse, vampiros-guerreiros e não astros do rock (Lestat) ou príncipes-encantados (Edward).
Não estou dizendo que Amante Sombrio é melhor que Crepúsculo ou que “As Crônicas Vampirescas”. Tais livros tem diversas diferenças entre si deixando qualquer predileção apenas para o gosto de cada um. Apenas faço essas analogias para dar uma ‘noção’ sobre a saga, partindo de série que todos conhecem. Espero não ser xingada por isso rs.
Mas voltando ao “Amante Sombrio”: Wrath é o rei-cego dos vampiros e, depois da morte de um dos membros da irmandade das adagas negras, resolve realizar o ultimo pedido do falecido ajudando a filha dele a passar pela transição: De acordo com a autora, os vampiros são pessoas normais até completarem 25 anos de idade, quando adquirem características fantásticas e, claro, presas. A irmandade da Adaga Negra sobre o qual tanto falo, são um grupo de homens encarregados de defender a raça dos vampiros dos malvados redutores. Esses “caçadores” de vampiros estão menos pra Buffy e mais para morto-vivos; são humanos sem alma, recrutados por uma entidade chamada Ômega para destruir a “criação” da Virgem Escriba.
Virgem Escriba? Ômega? Quem não leu o livro deve estar questionando o que (ou quem) serão essas pessoas. De forma objetiva pode-se se dizer que esses nomes se tratam na mitologia da série, respectivamente, Deus e o Diabo. Pode ser também Deusa, como dizem os wiccanos ou Maria, para os católicos. Não importa. Cabe saber que Ômega é o vilão-mor da história.
O livro se passa em terceira pessoa. O narrador é onisciente e temos a oportunidade de conhecer o ponto de vista de diversos personagens incluindo os vilões redutores que são representados nesse primeiro livro pelo Sr. X (os redutores se chamam pela inicial). Também chama atenção o numero de personagens que participam do livro. A maioria deles terá sua própria história, como Rhage, o vampiro mais bonito da irmandade porém com uma maldição assustadora. (vou comentar sobre “Amante Eterno” nos próximos posts).
A narrativa é envolvente e eu adorei o livro. Se você curte uma boa saga também vai gostar e, se gosta de vampiros com certeza vai ter esse entre seus livros favoritos.
Porém se não gostar de cenas um tanto ‘fortes’ é melhor ler outra coisa. Como eu disse, os Adagas são intensos. E viciantes.


TRECHO DO LIVRO (É o primeiro encontro dos dois)



Foi então quando viu o homem. Estava de pé junto ao muro traseiro do pátio, uma silhueta escura muito maior que as outras sombras, já familiares, que projetavam os cubos de lixo e a mesa de picnic coberta de musgo. Com mãos trementes revisou o ferrolho da porta e logo passou às janelas. Ambas estavam asseguradas também.
Baixou as persianas, agarrou o telefone sem fio e retornou ao lado do Boo (o gato dela). O homem se moveu. ! Merda! Vinha para ela. Revisou de novo o ferrolho e, retrocedeu, tropeçando com o borda do futón. Ao cair, o telefone se soltou de sua mão, saltando longe. atingiu-se fortemente contra o colchão, o que fez que sua cabeça ricocheteasse devido ao impacto.  
Incrivelmente, a porta trilho se abriu como se nunca tivesse tido o ferrolho colocado, como se ela nunca tivesse fechado o passador. Ainda jazendo sobre suas costas, agitou as pernas violentamente, enredando os lençóis ao tratar de empurrar seu corpo para afastar-se dele. Era enorme, seus ombros largos como vigas, suas pernas tão grosas como o torso da moça. Não podia ver sua face, mas o perigo que emanava dele era como uma pistola apontando para seu peito.
 

FIM DO TRECHO