Ghostland - A casa do Medo (2018)

sexta-feira, fevereiro 01, 2019 0 Comments A+ a-


   Colleen e as filhas, Beth e Vera, estão em viagem para a nova casa da família, herança de uma antiga tia de Colleen. A casa já é estranha por si só, cheia de bonitas e artigos de terror mas tudo o que é ruim pode piorar: logo a casa é invadida e Colleen precisa lutar por sua vida e de suas filhas. 
   Corta para 16 anos depois, Beth agora uma autora de terror famosa que escreveu sobre o que ocorreu com sua família há 16 anos atrás. Ela é agora casada e tem um belo filho mas sua irmã, Vera, não conseguiu superar o episódio tão bem assim: ainda vivendo com a mãe naquela mesma casa onde tudo ocorreu, Vera não consegue superar o passado, sendo o tempo inteira vítima de sua própria mente. 

    Um dos temas do filme são as relações familiares. Primeiro, temos Beth e sua mãe, ambas muito próximas; o oposto do que ocorre com Vera e Colleen já que a filha mais velha pensa que a mãe prefere Beth. Isso cria toda uma tensão no relacionamento delas e também no relacionamento entre as irmãs. Quando a casa é invadida, esse drama perde um pouco a força mas, 16 anos depois, esse relacionamento familiar volta a se tornar evidente. Vera, em seu estado de loucura, acusa Beth de tê-la abandonada e a irmã começa a se perguntar se aquilo não é verdade, já que saiu da casa da família e a deixou sozinha lá com seus próprios demônios. 
   Alternando algo que vai do dramático ao psicológico com momentos assustadores envolvendo os invasores, Ghostland é um filme bem interessante. Pessoalmente não me sinto muito atraída por essas histórias em que personagens femininas sofrem horrores nas mãos de homens mas esse filme consegue abordar tudo isso de uma forma menos explícita, focando mais no psicológico o que me agrada um pouco mais. 
   Do meio para o final ocorre uma reviravolta interessante mas, ao menos para mim, previsível. Mesmo imaginando o que ia acontecer gostei do que esse plot-twist trouxe para a história e todas as consequências dele. Ainda fiquei um pouco ansiosa assistindo, o que é um ponto válido para um filme do gênero, mesmo que não tenha sentido propriamente medo - terror é aquela coisa, o que funciona para uma pessoa pode não funcionar necessariamente para a outra. 

    Apesar de todas as minhas ressalvas a respeito dos temas que o filme apresenta e da história não ter conseguido me dar um medo propriamente dito, Ghostland vale a pena pelo conjunto da obra: atuações, produção e - porque não? - a reviravolta que o roteiro traz, são pontos positivos do filme. Única coisa que acho realmente problemático é a escolha de escolher como vilões da história um homem travestido de mulher e outro com aparente deficiência mental - Pessoas trans e PCDs já sofrem estigma o bastante, achei um pouco de mau gosto essa vilanização. 
   Indico Ghostland para os que curtem o gênero e estão afim de algo diferente para assistir com os amigos no final de semana. Talvez não seja um filme memorável ou ganhador de prêmios, mas vale como entretenimento. 
   Nota 8,5 - bom filme (meio ponto foi pelo esforço em colocar profundidade a história).

|TRAILER|

Nascida no interior de SP, formada em Publicidade e Propaganda, sempre gostou de dar palpites sobre filmes, séries, animes, livros e o que mais assistir/ler. Autora do Blog "Resenhas e Outras Cositas Más" (Miss Carbono) e "Coisas de Karol". No Twitter fala de política, séries e da vida (não necessariamente nessa ordem). Siga: @karolro


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