O lado bom dos livros pirateados - part. 3 (FINAL)

domingo, março 23, 2014 3 Comments A+ a-


        Esse ultimo post sobre "O lado bom dos livros pirateados" é, na verdade, um resumo das ideias anteriormente expressadas e uma reflexão sobre o futuro do livro impresso versus e-book.
         No primeiro post dessa série vimos como os livros pirateados podem ser portas para que os leitores conheçam as obras antes de comprarem a versão impressa. Citei como exemplo os livros de Paulo Coelho, que são comercializados livremente na internet e o fato de que isso não impede que as suas obras sejam best-sellers a cada ano. Aproveitei para citar dados que comprovam que, apesar do mimimi das editoras, as vendas de livros só tem aumentado, ano após ano.
Para Sempre: o livro tem a capa do filme e vendeu
muito bem, obrigada.

          No segundo post eu viajei um pouco mais e, citando o que vi no mercado fonográfico (com CDs sendo usados para divulgação) previ que os livros logo irão se tornar parte de uma indústria maior, voltada para experiências e licenciamento e que utilizarão o livro como um passaporte para a venda de produtos maiores. Consequentemente esses outros produtos é que trarão lucro para as editoras e não o livro em si. 
           Terminei o segundo post dizendo que, é certo, as editoras precisam mudar a sua forma de trabalho, principalmente para não cair na mesma armadilha que os CDs. Tudo bem, hoje as vendas vão de vento em poupa mas a realidade é que o mercado literário está mudando e não adianta só culpar os livros piratas e dizer que o resto está certo. Muita coisa precisa mudar.
            Vejo que, nos últimos anos, algumas coisas já mudaram aqui no Brasil. Temos editoras novas, com preços mais competitivos e que investem em romances e histórias que já tem uma pré-aprovação no restante do mundo. É o caso de Editoras que lançam livros que inspiraram (ou inspirados) em filme, com direito até a capa da versão cinematográfica. Caso também das editoras que publicam N livros de um mesmo autor, por que escritores best-sellers são aposta garantida (embora essa não seja uma estratégia nova, ainda funciona). Vocês sabem quais são essas editoras, e elas realmente vão conseguir um bom lucro com essa estratégia.
Livros não vão morrer mas e-books são
 o futuro.
             Mas e quando os e-books forem maioria e não exceção? Como as editoras vão convencer a mim, uma leitora com pouca grana, a baixar um e-book pago e não uma versão pirata? Os livros impressos não vão acabar, a pirataria não vai acabar. Mas as editoras precisam mudar, caso contrário elas acabarão.

              Estou sendo meio dramática, eu sei. Talvez as editoras não acabem, talvez apenas precisem, tal como já tem feito, investir pesado em marketing e lançar um novo "50 tons de cinza" ou "Crepúsculo" a cada estação. Mas, novamente, o que impediria uma pessoa de baixar o livro do momento de graça, ao invés de baixar a versão paga?
               Minha sugestão permanece de pé. É preciso desapegar dos livros, assim como já se desapegou-se dos CDs, como já disse acima. O certo, porém, é que isso ainda demorá muito tempo para acontecer, talvez décadas. A indústria do cinema não continua se apegando com unhas e dentes em seus direitos autorais? O mesmo, infelizmente, acontecerá com os livros.

               Espero que tenham gostado dessa série de postagem e espero poder contar com o feedback dos meus possíveis leitores nos comentários, quero saber o que pensam dos downloads piratas. Comentem!

"My work always tried to unite the true with the beautiful; but when I had to choose one or the other, I usually chose the beautiful." -- Hermann Weyl Miss Carbono que é o numero 6 na tabela periodica

3 comentários

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8 de abril de 2014 às 15:03 delete

mas eu concordo com vc e muito, particularmente eu acho um absurdo o valor dos e-books... livros de 25 reais que eu compro por 15 em formato físico, é uma coisa bem esquisita....

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10 de abril de 2014 às 18:24 delete

Hey
Nossa adorei essa série de postagens, assunto bem bacana e super concordo com você.
Tipo esses dias na Amazon vi um ebook sobre vinagre por 20 reais.. fiquei WTF?
Ainda bem onde moro, às vezes fazem uma feira em frente ao teatro do centro do município.. aí encontramos os livros mais em conta...
Mas às vezes não resisto e leio em ebook free mesmo, aí decido se compro ou não. Porque né tu gasta 50 reais em um livro aí depois não gosta, é dose.

bjs
Nana - Obsession Valley

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15 de abril de 2014 às 22:20 delete

Sabe, se alguém fala pra mim que baixou um livro na internet, eu sou totalmente a favor, os ebooks custam o preço de um físico e sabemos que eles deveriam custar muito mais barato. Já baixei livro, li e depois quando ele tava em promo eu comprei!
Bju
fabi

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