A mulher entre nós - Greer Hendricks e Sarah Pekkanen
Vanessa é uma recém-divorciada que vive uma espécie de "ressaca" do seu casamento. Ela era casada com Richard por muitos anos mas saiu do casamento sem nada e agora está trabalhando numa loja de roupas para conseguir se manter. Mesmo assim, Vanessa ainda repassa obsessivamente os detalhes do seu casamento. Tudo piora quando ela descobre que Richard vai se casar de novo.
"A mulher entre nós" alterna a narrativa entre Vanessa e Nellie, uma jovem recém chegada a Nova York, que possui um segredo sombrio, apesar de aparentar ser como qualquer outra. Nellie conhece Richard e esse se mostra o porto seguro que ela sempre quis mas, ao mesmo tempo em que vive a felicidade do seu casamento, Nellie também se vê oprimida por algum tipo de ameaça que aparece sob a forma de telefonemas anônimos constantes e objetos mudando de lugar.
O que livros como "A garota exemplar", "A garota do trem" e "A mulher entre nós" tem em comum? Primeiro, a narrativa feminina. São todos narrados, em algum ponto, sob o ponto de vista de uma (ou mais) mulheres. Segundo é que todas essas mulheres desses livros parecem gravitar em torno de um homem bonito mas que é mais do que parece ser.
Por último, mas não menos importante: todos esses livros tem plot-twists. A primeira virada de "A mulher entre nós" acontece já no meio da trama e é quando o livro fica mais interessante. Depois ocorre a outra mudança na perspectiva e na forma como tudo é narrado pela protagonista - se a primeira revelação me pareceu previsível, essa segunda já foi mais surpreendente.
Quando eu pensava que o livro já se encaminhava para um fim, há mais duas revelações interessantes que, se não mudam nada na história, ao menos fecham algumas pontas soltas do texto.
Como thriller, não há o que reclamar de "A mulher entre nós": é uma narrativa gostosa de ler que, em determinado momento, se torna realmente viciante. Chegando no meio do livro eu tive bastante dificuldade em fazer qualquer outra coisa - queria saber onde a história ia me levar.
Por outro lado, algumas coisas me incomodaram no final dessa história. O ponto alto da minha "revolta" foi por volta do penúltimo capítulo, em que há uma espécie de redenção para o vilão da trama. Não entendi o que as autoras quiseram com determinada cena, me pareceu uma tentativa de justificar as atitudes de uma personagem que não tem nenhuma desculpa (ou não deveria ter).
Para coroar, a última revelação. Foi... Estranho. Uma revelação de parentesco totalmente desnecessária para tudo, né senti assistindo uma novela mexicana. Mesmo depois de um tempo de ter lido o livro, ainda não entendo as consequências dessa revelação para o andamento de tudo (porque fazer isso?)
É importante que se diga aqui que eu fui, durante minha infância/adolescência, uma grande fã de novelas mexicanas. Então não é demérito do livro ter cenas que se parecem com um, pelo contrário, chega a ser divertido quando você se deixa levar. Eu estava sem Internet na semana em que eu li "A mulher entre nós" e esse livro me salvou do tédio profundo.
Se você gosta desses thrillers rápidos de ler, com muitas reviravoltas e personagens meio perturbados, leia "A mulher entre nós". Os fãs de thrillers certamente vão conseguir prever algumas coisas mas nada que estrague a trama - por mais que pensemos saber o que vai acontecer a seguir, há sempre uma surpresa a mais na página seguinte.
Minha nota é 7,5 - o livro mereceria um 8, porque achei bom, mas tirei meio pontinho por esse detalhe do final que citei acima.
* Livro cedido pela Editora para resenha
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