O lado bom dos livros pirateados - part. 2

quinta-feira, outubro 10, 2013 1 Comments A+ a-


 
               No post passado falei meus dois principais motivos para acreditar que, no momento atual, baixar livros piratas não é algo prejudicial. Citei inclusive um exemplo em que a pirataria foi positiva, como no caso do livro do Paulo Coelho, disponibilizado gratuitamente para os russos.

               Nesse segundo post, pretendo aprofundar um pouco mais a questão: Como o download de livros de maneira pirata, sem gerar lucro nenhum para a editora, pode ser algo positivo no futuro?
               Acredito que no futuro os livros físicos existirão da mesma forma que os vinis: Como objetos de culto e fascínio no imaginário de alguns fãs. Os livros não vão acabar como alguns pensam, mas ficarão mais bem acabados e diagramados; suas capas serão sempre duras e bonitas e as folhas nunca mais terão formato de jornal. Nesse futuro, não muito distante, os livros no formato “banca” talvez não existam mais, mas as edições de colecionador serão disputadíssimas.
              
                Quando esse dia chegar as pessoas passarão a comprar e-books ao invés de livros. Isso significa que a pirataria vá acabar? Claro que não, assim como a pirataria de filmes não acabou com a criação do streaming e serviços de locação online.
               Mas, se me permitem viajar um pouquinho mais, talvez esteja na hora das editoras repensarem seus modelos de negócios. O livro não deveria ser o fim mas apenas o começo de uma série de outras situações que – ai sim – trariam certo retorno financeiro.

               Defendo, talvez com utopia, um futuro em que os autores publiquem o livro e as editoras façam trabalho de divulgação entregando tal livro às pessoas gratuitamente. Nesse modelo o formato de banca não desapareceria, apenas passaria a ser usado como material de divulgação. Quanto mais livros lidos (veja bem, lidos e não vendidos) mais a editora e o autor, poderiam lucrar com coisas como palestras, venda de direitos para o cinema, eventos e exemplares especiais, como livros autografados, camisetas etc.
               Cada livro seria uma oportunidade para ‘guiar’ as pessoas a esses outros produtos. É mais ou menos o que acontece na música: O cantor entrega seu CD na porta de faculdades e de shows para que as pessoas ouçam a música. Quando o CD estoura, as pessoas passam a querer ir ao show e é dai que o cantor e a gravadora retiram seus lucros.
               Não sei se isso acontece em outras regiões do país mas, aqui no interior de São Paulo, tal prática de divulgação é bem comum. Aliás, foi assim que o Luan Santanna começou a ‘bombar’ por aqui – ele fez uma participação no show do ‘Fernando e Sorocaba” e, na saída, entregaram seu CD de graça para o pessoal.

               Talvez alguns pensem que é exagero comparar música com livros. Mas o que dizer da indústria do cinema que, embora tenha visto seu número de DVDs vendidos despencar, vê os números do cinema cada vez maiores? O que dizer de outro exemplo brasileiro, Tropa de Elite, que se tornou um sucesso nacional, assistido por milhares de brasileiros antes mesmo de ser lançado no cinema?  Mesmo quem já tinha visto, pagou para ver de novo, razão pela qual o filme foi um dos mais assistidos da história do cinema brasileiro.

               O certo é que, seja através dessa minha sugestão, ou através de alguma outra fórmula, o mercado literário precisa de mudanças para se adaptar ao nosso futuro, cada vez mais tecnológicos. No momento atual, a principal mudança é parar com essa guerra contra ao download de livros piratas – livros pirateados não são um problema. O problema é quando a população simplesmente não lê. (O que não é o caso do Brasil).

Qual você acha que é o futuro do mercado literário? Comente! 

"My work always tried to unite the true with the beautiful; but when I had to choose one or the other, I usually chose the beautiful." -- Hermann Weyl Miss Carbono que é o numero 6 na tabela periodica

1 comentários:

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Unknown
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11 de outubro de 2013 às 10:11 delete

Estou adorando estes posts, Karol! ;)
Concordo com você, e acho que seria interessante esta forma de divulgação por parte das editoras... não sei, ao menos o livro digital podia ser disponibilizado gratuitamente! Ou a preço simbólico, sei lá... Afinal, pode-se ganhar dinheiro de outras maneiras, e seria uma bom método de divulgação em massa!
Bjuss...
Paty Algayer - http://www.magicaliteraria.com/

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